Bem Vindos !!!

Aqui voce vai encontrar matérias bem interessantes sobre YOGA, MEDITAÇÃO, ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, ESTUDO DE VEDANTA, SISTEMA TERAPEUTICO AYURVÉDICO E QUÂNTICO, em mídia escrita, fotos e vídeo.

Espero que traga LUZ e possa ser útil para todos !!!

NAMASTÊ !!!

Paulo Roberto

domingo, 30 de agosto de 2009

CHANDRAMUKHA SWAMI

Conheça CHANDRAMUKHA SWAMI

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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

YOGA É AUTO-CONHECIMENTO, PARA QUEM PROCURA

Yoga é autoconhecimento

Posted: 26 Aug 2009 08:14 AM PDT


Vyasa» por Cláudio Azevedo

Palavra comum no Ocidente, o termo Yoga tem diversas acepções, de acordo com inúmeras escrituras:

“É a unificação das teias das dualidades” (Yoga Bija, 84)
“A união da psique individual (jiva) com o Si mesmo transcendental (paramatma)”
(Yoga Yajnavalkya, 1.44)
“Yoga é êxtase” (Yoga Bhashya de Vyasa, 1.1)

Etimologicamente, a palavra pode derivar tanto do termo yuja (no sentido de ‘concentração’) quanto yuji (no sentido de ‘conjunção’). Em contextos raros, como no épico Mahabharata, refere-se ao adepto da tradição yogika, ou ao seguidor das tradições Vaisheshika e Nyaya. Restrito sensu, Yoga se refere ao Yoga Clássico proposto por Patañjali, na condição de darshana, um dos pontos de vistas filosóficos de interpretação dos Vedas. Tecnicamente, são os valores, atitudes, preceitos e técnicas espirituais desenvolvidas na Índia (os vários caminhos indianos de autotranscendência). Yoga é autoconhecimento.

E o que é autoconhecimento? Autoconhecimento refere-se a conhecer o desconhecido em nós mesmos, aquilo que está registrado na parte de nossa consciência à qual chamamos de inconsciência por, normalmente, não termos percepção dela. Chamada de Inconsciente, essa porção da consciência é o objeto de estudo no autoconhecimento. Nesse contexto está o conhecimento daquilo a que Jung chamou de Sombra, aquilo que negamos em nós mesmos por acharmos feio e inapropriado.

Autoconhecimento não se trata de negar ou abraçar nossa Sombra, mas de conhecê-la, respeitá-la e integrá-la em nossa psique, única forma de darmos novo significado e função a essa parte esquecida nossa. É nesse sentido que o verso 1:33 do Yoga Sutra exorta: (I-33) “Cultivar atitudes de cordialidade perante sintomas agradáveis, de compaixão perante sintomas dolorosos, alegria perante o virtuoso e equanimidade perante o injusto”.

Patañjali estava descrevendo os obstáculos à prática do samadhi (entrar em contato com pensamentos agradáveis, dolorosos, virtuosos e injustos), pois levam à distração da mente (Yoga Sutra I-30 a I-32) e nesse sentido ‘prescreveu’ sete práticas (Yoga Sutra I-33 a I-39) e a primeira delas é a descrita acima. Esse verso não recomenda, de forma nenhuma, a nos afastarmos desses pensamentos, mas apenas é uma recomendação para transcendê-los, se eles surgirem e forem motivo de distrações.

Em nossa vida diária, não significa nos afastarmos do diferente, mas transcendermos a diferença pela cordialidade (ou amor), compaixão, alegria e equanimidade. Transcender é superar os opostos pela sua integração, nos colocarmos em um outro nível, no nível da Única Realidade, que é a Unidade de todas as coisas. Essa é a prescrição feita pelo Vedanta!

Jean-Yves Leloup fala de contrapor nossos demônios pela simples presença de nossos anjos, e Lama Padma Samten fala de dar um novo significado, re-significar, a nossa natureza demoníaca. Foi isso o que Jesus fez, quando “retirou” os sete demônios de Maria Madalena, apenas mostrando-lhe os anjos que já existiam nela…

S.S. XIV Dalai Lama, prêmio Nobel da Paz, sempre brinca dizendo: “que tipo de amor é o de vocês, aquele que só existe se o outro sorrir?”. Esse tipo de amor está baseado em quanto estamos recebendo e, por isso, é frágil. Lama Padma Samten fala das Quatro Qualidades Incomensuráveis: “A primeira é a compaixão, o desejo que os seres realizem sua natureza interna e se livrem de suas complicações. Essencialmente é o desejo que o outro supere suas dificuldades e possa melhorar. Atenção: compaixão é diferente de “pena”. Quando temos pena, estamos validando a imagem que a pessoa faz de si mesmo, e justamente por isso ela está mal. Compaixão é reconhecer no outro a sua natureza estável, perfeita, de luz, sua condição verdadeira, quebrando o encanto dos jogos que estão produzindo as complicações. A segunda é o amor, o desejo de que o outro seja feliz, completamente. Não exclui ex-maridos, ex-esposas, ex-sócios… Depois a alegria, a capacidade de se alegrar com as alegrias e vitórias dos outros, pequenas ou grandes. É um poderoso antídoto contra a inveja. Finalmente, a equanimidade: perceber as flutuações das alegrias e tristezas da vida; num momento se tem uma grande alegria, em outro aquilo mesmo vira uma grande tristeza. Surge uma serenidade estável frente a essas flutuações e uma fé permanente, inabalável na natureza de todos os Buddhas, que é a sua própria natureza.”

Atire a primeira pedra quem não tem demônios… a serem integrados e transcendidos por nossa natureza divina de filhos de Deus. Nesse sentido, o Yoga está presente em todas as Tradições de Sabedoria: Yoga é autoconhecimento, chave para a Auto-realização!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

DEPOIMENTOS DE PESSOAS QUE PROCURAM O CAMINHO DO YOGA

LINE FERNANDES PEREIRA
IDADE: 17 anos
PROFISSÃO: Estudante
Data de início no YogaLife: 17/08/2006

Busquei o Yoga com o desejo de alcançar um equilíbrio entre corpo e mente. Ao longo do tempo, percebo que venho adquirindo maior alinhamento postural e melhor consciência corporal, com ganhos em flexibilidade e força muscular.
Por meio de um trabalho integrado de posturas, respiração e meditação. Estou aprendendo a desenvolver equilíbrio e concentração em diversas situações do cotidiano, o que me permite lidar melhor com as minhas emoções. Quando exposta a situações estressantes, observo que começo a respirar de forma mais lenta e profunda, o que me faz sentir mais calma e serena.
Estou adorando conhecer mais sobre a cultura Indiana cuja eu tenho muita admiração desde pequena, as posturas que são proporcionadas têm uma grande importância. Quando chega terça e quinta-feira, não vejo a hora que o temp passe para eu ir para minha prática, com muita alegria e quando chega a hora do “Namastê” nossa despedida, sinto uma sensação de missão cumprida.
A Yoga Life Para mim é um estilo de vida que você escolhe em ter, nela existe algo além da técnica onde praticando, isso vai se despertando.
A Maioria das pessoas espera sempre respostas externas, gosta de se entregar nas mãos dos outros e espera sempre que alguém de alguma coisa os cure. Na Yoga o processo é ao contrário. Você aprende a não depender do exterior, a não depender da “autoridade” externa.
Fazer Yoga é muito simples, viver em Yoga que é bem mais difícil!


ADRIANO CAMPOS
IDADE: 37 anos
PROFISSÃO: Coordenador de Informática
Data de início no YogaLife: 14/12/2005

Comecei a praticar Yoga para combater a ansiedade, estresse e por que venho num processo de cura da Síndrome do Pânico.
Estou em meu 3º mês de prática e através das técnicas aprendi a controlar os momentos de tensão ansiedade e hoje pude parar com a alopatia que ministrava nesses momentos.
Com a prática diária de meditação consigo relaxar e dormir mais facilmente.
Fisicamente, o alongamento e força muscular também melhoraram!


CACILDA SOARES SANTANA
IDADE: 54 anos
PROFISSÃO: Professora
Data de início no YogaLife: Nov/2002

No longo de 50 anos de existência sem ter consciência do meu corpo, fez do mesmo morada de sofrimentos: obesidade, lordose, lombalgia, nervo ciático, tireóide, etc.
Com o propósito de buscar novas terapias graças a Deus cheguei no YogaLife, não suportava mais o tratamento com remédios fortíssimos e fisioterapia que há um bom tempo estava praticando.
No YogalIfe aprendi novos conhecimentos e práticas ajudando meu corpo a tornar-se um instrumento apto e eficiente, bem como alcançar uma mente tranqüila e equilibrada.
Com a massagem ayurvédica melhorei muito, ficando sem dores na coluna, nem o ciático, capacitando-me a executar movimentos, coisa antes impossível; além disso proporcionou para o meu corpo equilíbrio e harmonia integral.
Os livros sobre alimentação saudável emprestados pela Ana ajudaram-me a ter mais cuidado com a minha alimentação; procurando equilibrar vegetal e frutas no meu cardápio, o que não fazia anteriormente.
Hoje estou 4 quilos mais magra, as pessoas dizem que estou diferente mais jovem, magra e alegre. O Dr Paulo, meu ortopedista está feliz, por eu ter recuperado os movimentos do braço esquerdo e fez eu prometer que não iria mais desistir de praticar o Yoga; e também não tomo mais nenhum tipo de remédio.
Sei que tenho muito a aprender, todo processo de aprendizagem requer paciência, perseverança, esforço e uma prática constante e natural. Estou muito feliz com o resultado obtido até o presente momento.
Quero aproveitar o ensejo para agradecer a equipe do YogaLife, pela dedicação, atenção e carinho que dedicam ao seu trabalho favorecendo esta grande transformação que ocorreu na minha vida.


THALYTA SANTANA LOPES
IDADE: 26 anos
PROFISSÃO: Bancária
Data de início no YogaLife: 7/01/2004
Data de mudança de cidade: 10/10/2006

Pessoal do YogaLife,
Levo em meu coração todos bons ensinamentos e vibrações positivas que aprendi com vocês nesses quase 3 anos.
Francis Bacon já escreveu um dia “O homem deve criar suas oportunidades e não simplesmente esperar que elas aconteçam.”
Pois, é na YogaLife aprendi a técnica do “Sankalpa”, onde criei o meu caminho de prosperidade, luz, vida e amor no campo profissional.
O carinho de vocês será essencial nos momentos difíceis.
Um forte abraço, Namastê!
Thalyta

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domingo, 23 de agosto de 2009

Yogaterapia para Cardiopatas & Hipertensos

Técnicas de Yoga Nidra (sono yogue) para o relaxamento profundo e combate ao Stress;

Técnicas de respiração yoguica (Pranayamas) com o auxílio de Gestos energéticos (Mudras) para reduzir a Ansiedade;

Exercícios de alongamento, flexibilidade e relaxamento (Hatha Yoga)

Psicoterapia de suporte e apoio para a cessação do tabagismo e outras compulsões;

Técnicas de respiração e Meditação para ampliar o auto-conhecimento e auto-transformação;

Este trabalho é baseado no programa “Abrindo o Seu Coração” do cardilogista americano Dean Ornish, cujos resultados foram comprovados e publicados em revistas cientificas conceituadas como THE LANCET e JOURNAL OF THE AMERICAN MEDICAL ASSOCIATION; as pesquisas do Dr. Dean Ornish mostraram que mudanças significativas dos hábitos de vida podem reverter a progressão de placas ateroscleróticas nas artérias coronárias, sendo que,


¯ 82% dos pacientes que seguiram a orientação do programa demonstrou uma média

mensurável de Reversão de seus bloqueios nas artérias coronárias depois de um ano.

¯ Uma média de 91% de redução da intensidade da dor no peito (angina).

¯ Uma melhora de 55% na capacidade física.

¯ Uma redução de 21% nos níveis de colesterol.

¯ Significativas reduções dos níveis de pressão arterial em repouso e sob stress emocional.

Todos os elementos do Programa de Yogaterapia são combinados para permitir que o processo de cura tenha inicio nos níveis mais profundos, e promova mudanças significativas nos hábitos de vida. Considerando-se que os fatores ligados aos hábitos de vida podem ativar todos os mecanismos conhecidos que causam a doença coronária, per si, é o produto final de uma sucessão de eventos que ocorrem durante o período de uma vida, a doença e o sofrimento ligado a ela podem ser poderosos catalisadores, não só para mudar os comportamentos, como hábitos alimentares e exercício físico, mas, o que é mais importante, para ajudar a transformar os determinantes mais fundamentais da saúde, incluindo-se aí os valores dos pacientes, seus relacionamentos, auto-percepção e auto-estima. Este trabalho se baseia na premissa de que existem níveis diferentes de cura. Assim, quanto mais longe pudermos ir na cadeia de causas de um problema, mais poderosa será sua cura.

Abril/2007

Profissional Responsável

Tânia Maria Sales – Formada em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará – Psicanalista com Formação no Centro de Estudos freudianos de Recife (CEF). Yogaterapeuta com cursos de formação com Maria Laura Packer de Joinville (SC) e Joseph Le Page (Montanha encantada – Garopaba – SC), dedica-se à pratica e ao estudo do Yoga há mais de 15 anos (1992). Participou também de workshops e cursos intensivos com Professores como Pedro Kupfer, Marcos Rojo, José Antonio Machado Filla e Joseph e Lilian Le Page, Ved e Harbans Arora.
Flor de Lótus Espaço de Yoga

Rua Carlos Vasconcelos, 919,
Aldeota, Fortaleza, Ceará
Fones: (85) 3268.1031
e (85) 8807.1508
contato@flordelotus.pro.br

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Prof. Hérmogenes

*
Suryanamaskar ou Saudação ao Sol

Entre os hindus, a saudação ao sol é uma reverência ao astro-rei que nasce. Exercício de exótica beleza plástica, constitui preparo para os demais ásanas, em virtude de movimentar as várias seções da coluna, as pernas, os braços e os músculos abdominais.
*
Ásanas

A finalidade principal de um ásana é sempre de natureza mental. Vencendo a inquietude e a fragilidade da mente, facilitam a concentração criando condições de administrá-la. No entanto, as conseqüências benéficas sobre o corpo não são menos profundas. No psíquico como no físico, os ásanas melhoram os que os praticam. Doença, embotamento, dúvida, negligência, avoamento, indolência, ilusão e instabilidade emocional, geradores de inquietação mental, não resistem à poderosa atuação dos vários ásanas, quando praticados com habilidade e assiduidade.

Os ásanas mexem com músculos, articulações e órgãos que raramente se movimentam. Disto resultam agradáveis sensações ao alcance daqueles que se dedicam à prática.

Agindo sobre a musculatura, interferindo no aparelho circulatório, no sistema nervoso, principalmente em determinados plexos, estimulando determinadas glândulas, massageando agora este, depois outro órgão, os ásanas, verdadeira farmacopéia mecânica, asseguram a saúde, a flexibilidade, o frescor característico de todo corpo jovem.
*
Pranayama e sua importância

Etimologicamente, a palavra sânscrita pranayama significa domínio (yama) sobre o prana. A maioria dos autores conceitua como a suspensão voluntária do alento, isto é, do prana, e é o objetivo comum que todos eles apontam para os vários exercícios respiratórios, constituído o “ abre-te sésamo” para a trascendência e a libertação.

O venerável Swami Vivekananda narra uma parábola ilustrando a importância do pranayama.

Conta-se que o ministro de um grande rei caiu em desgraça. Como conseqüência, o rei mandou encerra-lo na cúspide de muita elevada torre. Assim se fez, e o ministro foi relegado a ali consumir-se, Ele contava, porém, com uma fiel esposa, que à noite foi à torre e, chamando o marido, perguntou-lhe que poderia fazer para facilitar a fuga. Respondeu-lhe que na noite seguinte voltasse trazendo uma corda grossa, um forte barbante, um carretel de fio de cânhamo e um outro de fio de seda, um besouro e um pouco de mel. Muito admirada, a boa esposa obedeceu e lhe trouxe os objetos pedidos. Então o marido lhe disse que atasse a extremidade do fio de seda ao corpo do besouro, que lhe untasse os chifres com uma gota de mel e que o colocasse sobre a parede da torre, deixando-o em liberdade e com a cabeça voltada para o alto. Assim ela fez e o besouro principiou sua viagem. Sentindo o cheiro de mel diante de si, trepou lentamente, com a esperança de alcançá-lo, até que chegou ao cume da torre. Apoderando-se então do besouro, encontrou-se o ministro na posse de um dos extremos do fio de seda. Nessa situação, disse à esposa que unisse no outro extremo o fio de cânhamo e, depois que este foi puxado, repetiu o processo com o barbante e finalmente com a corda. O restante foi fácil: o ministro conseguiu sair da torre por meio da corda, evadindo-se. Em nossos corpos, continua o yogui Vivekananda, o alento vital é o fio de seda e, aprendendo a dominá-lo, apoderamo-nos do fio de cânhamo das correntes nervosas, destas fazemos outro tanto com o forte barbante de nossos pensamentos e, finalmente, apoderamonos da corda do prana, com a qual logramos a libertação.

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domingo, 16 de agosto de 2009

VEDANTA ENTREVISTA COM GLÓRIA ARIEIRA -

A Gloria despertou para este ensinamento muito cedo, com apenas 19 anos. O que buscava nessa altura?

Com 19 anos eu já tinha morado muito tempo fora do Brasil, nos EUA, onde fui pela primeira vez tinha 6,7 anos. Já tinha passado 3 meses a viajar pela Europa, tinha dinheiro suficiente para fazer o que quisesse e não me faltava nada. No entanto, não conseguia dizer que estava satisfeita. Faltava-me alguma coisa, mas eu nem sabia o que era.

Um dia aconteceu uma situação interessante. Eu tinha 17 anos, estava nos EUA, e encontrei um homem mexicano que veio falar comigo numa loja. Ele dizia ter 3 desejos na vida e que tinha a certeza que se os satisfizesse seria uma pessoa feliz e completa: ele queria, durante a sua vida, morar nos EUA, conhecer o Brasil e ir à Europa. Eu fiquei a pensar: eu nasci no Brasil, estou nos EUA, tenho viagem marcada para a Europa e não me sinto a pessoa mais feliz do mundo. Então, o que traz a felicidade a alguém? Definitivamente, este homem acha que vai ser feliz, mas eu estou numa condição que ele desejaria e não estou feliz! A partir desse momento comecei a pensar: o que faz alguém feliz? Pensei muito sobre qual seria o significado da vida. Para que estamos aqui? Se existe uma razão para esta vida será que estou a perder o meu tempo, ou estou a fazer o que tenho de fazer? Isto marcou o início de uma busca sobre qual o objectivo da vida.

Então, voltei para o Brasil e, prestes a fazer 18 anos, fui para a Europa. O meu pai deu-me uma passagem para a Alemanha, onde tinha primos, e algum dinheiro para eu destinar como quisesse, ou para viajar ou para fazer compras. O que pensei logo foi: tenho de viajar, visitar o máximo de coisas possível e quem sabe numa destas viagens encontro a minha resposta. Viajei muito e foi muito impactante. Fui para Berlim Ocidental e vi as pessoas verdadeiramente felizes, porque viviam o dia presente, sabendo que se houvesse algum problema na Alemnha Oriental elas estavam bem no meio. Viviam também com satisfação, porque o muro não tinha passado no meio das suas casas e tinham ficado do lado livre. Isto para mim foi um ensinamento de vida – viver aquilo que se tem e não projectar o futuro. Estas coisas fizeram-me pensar muito sobre a vida, o objectivo da vida, como aproveitar a vida. Comecei então a procurar essas respostas na filosofia, fazendo diversos estudos, no budismo zen, comecei a praticar yoga, tornei-me vegetariana, fazia meditação e pranayama de manhã cedo no alto da montanha, encontrei uma pessoa que buscava o mesmo que eu e casei-me. Mas tudo o que aconteceram foram experiências, nada mais. Estava realmente desanimada, não sabia mais o que fazer, tentei isolar-me na Patagónia mas nem cheguei até lá, foi então que conheci o Swami Chinmayananda que, numa palestra apenas, falou de tantas coisas que respondiam à minha busca. Ele disse que as pessoas são como flores e que quando verdadeiramente amadurecem abrem-se com toda a sua beleza e perfume, mas que tinham de chegar primeiro a este ponto de amudericmento e de beleza e para lá chegarem precisavam de um jardineiro capaz, de um mestre ou de um professor que as fizesse exteriorizar todo o seu potencial. Foi uma palestra simples mas tocou-me. Foi aí que comecei a interessar-me por este ensinamento e acabei por ir para a Índia, onde conheci o Swami Dayananda. Quando o vi, percebi que não o estava a conhecer pela primeira vez, que já vínhamos de outras datas, vinculei-me a ele e assim estou até agora.
Na primeira aula que fez na Índia com o Swami Dayananda percebeu de imediato que a suas respostas estavam ali?

Quando ouvi a palestra do Swami Chinmayananda no Brasil, vi logo que naquele conhecimento estava a minha resposta e quando conheci o Swami Dayananda vi que ali estava a pessoa com quem ia aprender. Não me lembro especificamente das primeiras aulas, mas lembro-me claramente destes dois momentos – um em que vi o Swami Chinmayananda e percebi que era aquilo e o outro em que vi o Swami Dayananda e soube que ele era a pessoa que me ensinaria.
Como é que a sua família viu a decisão de ficar a estudar na Índia?

Eu já me tinha casado muito cedo, o que na visão deles já tinham sido uma maluquice, ir para a Índia era só uma segunda maluquice. Eu já me tinha casado, já me tinha tornado vegetariana, já praticava yoga, então foi só mais uma coisa. Os meus pais têm uma filosofia de respeito pelos valores e pelas escolhas dos filhos, pelo que foi mais ou menos tranquilo. Depois quando eu estava mesmo a morar na Índia eles foram até lá ver como eu estava e conhecer o ashram. As minhas duas avós é que realmente reagiram. A minha avó materna perguntou porque é que ia para um mosteiro na Índia se existiam mosteiros no Brasil e a minha avó paterna disse que na Índia eu acabaria por me tornar uma escrava branca. Ficaram completamente horrorizadas, mas não tinham como não aceitar.
Como foram esses primeiros tempos de Índia?

O primeiro ano e meio foi muito difícil, porque eu cheguei já o curso ia a meio e não queriam aceitar-me. Como o Swami Chinmayananda insistiu eu fiquei. Tive algumas dificuldades com umas americanas que estavam lá a estudar e entendi muito pouco porque as aulas já estavam muito avançadas. Foi muito difícil.
Alguma vez pensou em desistir e voltar para o Brasil?

Não, nunca pensei nisso. Apesar das dificuldades eu queria ficar e prometi fazer o que fosse preciso para isso. Quando o curso acabou pedi ao Swamiji para me deixar ficar, ele não queria deixar porque a toda a gente queria o mesmo. Então ele propôs-me conhecer a Índia, fez uns contactos com conhecidos, arranjou-nos um condutor, um carro e casas de famílias que nos receberam, isto durante 10 meses. Durante esse tempo acompanhámos também o Swamiji até aos locais onde ele ia fazer palestras às quais assistíamos. Foi assim que tive a oportunidade de conhceer as pessoas, a cultura e o modo de vida indiano.
A via da renúncia foi alguma vez uma hipótese para si?

Não, nunca pensei em renúncia. Os renunciantes nunca me encantaram. Sempre dei valor a uma vida simples e tranquila, mas eu também vivia isso, pelo que nunca tive esse desejo.
De que forma é que esta tradição afectou o seu estilo de vida?

Depois dos 10 meses em que viajei com o Swamiji iniciei o outro curso, que já foi bem mais fácil, de uma forma geral. Comecei desde o início, aprendi muito canto védico de que eu gosto muito e a minha vida era aquela vida do ashram. Dormíamos em quartos individuais, estudávamos sânscrito e Vedanta. Neste segundo curso estabeleci um estilo de vida que mantive mesmo depois de regressar ao Brasil. Acordava cedo, tomava banho, fazia meditação e a minha vida inteira foi como a vida do ashram. Mesmo casada e com filhos nunca deixei de fazer estas coisas – acordar cedo, fazer meditação, fazer cânticos, estudar, dar aulas. A minha vida inteira tem sido assim.
Na sua opinião é possível viver de acordo com este ensinamento durante toda a vida sem a sua parte, digamos, mais religiosa e ritualística?

Não é obrigatório juntar as duas coisas, mas à medida que vamos tendo uma apreciação de Ísvara, a relação com ele, de forma devocional digamos assim, torna-se uma coisa natural. Eu identifiquei-me com o aspecto religioso do hinduísamo que está nos Vedas. Quando parti para a Índia nunca pensei em hinduísmo, na verdade, nunca pensei em religião. Para mim era um conhecimento, uma filosofia, mas à medida que fui descobrindo Ísvara fui-me identificando com isso. Não é necessária a parte religiosa, mas alguma relação com Ísvara é importante, na forma de japa, por exemplo, isso é importante.
Quanto deste ensinamento se refletiu na educação que passou para os seus filhos?

Bem, na sequência da resposta anterior, a parte religiosa não é importante no sentido formal de seguir o hinduísmo, mas é importante ter um conceito de Deus, uma relação com Deus. Então eu pensei que não ia formalmente impor a religião hindu aos meus filhos, mas eles sempre me viram fazer puja, cânticos, bhajans e festividades no meu centro de estudos. Eles iam e participavam. Dentro de casa não se comia carne, tiravam-se os sapatos, sempre recebíamos Swamis, eles foram pequenos para o ashram do Swamiji nos EUA para participarem de um programa para crianças, ensinei-os a fazer japa... Os meus filhos tiveram uma exposição a isto, mas deixei que fossem eles a escolher. Fiz um ritual de conversão para o hinduísmo e a minha filha também quis fazer, mas os meus outros dois filhos não, por exemplo.
Chegou a levá-los para a Índia alguma vez?

Há dois anos atrás o meu filho mais velho foi comigo. Eu queria que ele fosse comigo a um templo de Venkatesha no sul da Índia. Foi um templo ao qual eu queria ter ido desde que ouvi falar dele mas nunca tinha conseguido ir. Ele adorou. Até porque, como ele diz, sempre teve uma exposição à vida indiana, aos indianos, aos Swamis que eram os meus amigos, então conhecer tudo aquilo foi importante para ele.
Quando regressou ao Brasil depois da Índia começou logo a ensinar?

Voltei da Índia, tal como fui, de barco. Era um navio cargueiro que saía do Japão, e só cheguei ao Brasil em Setembro. Em Dezembro o Swamiji iria lá então só tivémos aqueles meses para organizar a vinda dele. Ele veio e ficou cerca de 15 dias. No final da palestra ele anunciou que em Janeiro começariam as minhas aulas, então não tive escolha e comecei (risos). Comecei a dar aulas em escolas de yoga à noite e depois em casa. Na primeira aula acho que tive uns 6 alunos (risos).
Sempre soube que ensinaria?

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Quando fui para a Índia não tinha pensado nisso de maneira nenhuma, fui por mim. Mas desde cedo percebi que tinha um jeito para ensinar, desde nova tinha muita facilidade para alfabetizar adultos. Enquanto estava no ashram, durante o segundo curso, o Swamiji pediu-me também para ajudar umas pessoas que não estavam a compreender as aulas, então depois da aula dele eu dava a mesma aula para essas pessoas. Tudo começou ali mesmo, eu nem sabia se estava a ensinar bem… Mas até hoje uma dessas senhoras que eu ensinava, do Canadá, manda-me todos os anos um cartão de Natal, agradecendo e dizendo que as notas que tirou na minha aula a acompanham até hoje e que por causa delas dá aulas ainda hoje. Mas quando cheguei ao Brasil tive muitas dificuldades porque tinha aprendido tudo em inglês, tinha 25 anos dos quais mais de 9 tinham sido fora do Brasil, então não conseguia ensinar em português e tive muita dificuldade. Depois fui traduzinho os termos todos para português e fui traduzindo palestras do Swamiji para escolher os termos em português. Muitos dos termos que uso hoje nas aulas parei e pensei bem sobre eles.
Como é manter uma vida simples e uma paz interior numa cidade como o Rio de Janeiro?

Para mim não é difícil. Eu poderia viver em qualquer lugar, mas uma vez que falo português acho que a minha obrigação é estar aqui e ensinar em português as pessoas que, como eu, querem aprender. Ficar na Índia teria sido fácil de mais para mim. Continuar a levar aquela vida simples no ashram, estudar, isso não era o desafio. O desafio era voltar e começar a ensinar, podia até nem ter dado certo mas eu tinha de tentar.

Entrevista publicada originalmente em www.dharmabindu.com. Reproduzida com autorização.

VEJAM ESTES VÍDEOS

Sobre YOGA

http://www.ekadantayoga.com.br/reportagem_yoga_tv_unifor_2007.html

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Defesa de Tese de Doutorado do Dr. Aderson M. da Rocha - MEDICINA AYUVÉDICA

VER

http://www.dailymotion.com/video/x9s4du_defesa-de-tese-de-doutorado-do-dr-a_school

A Medicina Ayurvedica ou Ayurveda

A palavra Ayurveda em sânscrito é formada por duas partes: ayus ou vida e veda ou conhecimento. O Caraka Samhita (compêndio de Caraka), principal texto de clínica médica, defini ayus da seguinte forma:

“O termo ayus é a combinação de corpo, órgãos dos sentidos, mente e alma” ( Caraka Samhita, trad. Dash e Sharma, 2007: vol I, p 25)

Segundo esta definição Ayurveda é o conhecimento ou a ciência da vida e possui uma evolução e desenvolvimento de milhares de anos no subcontinente indiano. Os principais textos autorizados são os compêndios clássicos conhecidos como “Brihat Trayi” ou o grande trio: Caraka Samhita ( escola de clínica médica) , Susruta Samhita ( escola de cirurgia) e Astanga Hrdayam ( coração dos 8 ramos do Ayurveda de Vagbhata). Todo estudante de Medicina Ayurvedica, na Índia, pesquisa estes antigos livros escritos em sânscrito.

A Medicina Ayurvedica afirma que tudo no universo é formado pelos 5 elementos básicos da natureza, chamados panchamaha-bhutas, inclusive o corpo físico, são eles: espaço ou éter, ar, fogo, água e terra. O objetivo desta ciência é estudar as influências destes elementos na natureza e no ser humano, dentro desta filosofia o Homem é um microcosmo do universo, o macrocosmo. Os elementos se unem dois a dois para formar os doshas ( humores biológicos) que atuam na nossa fisiologia assim como na formação dos desequilíbrios psicofísicos. Espaço e ar formam o dosha Vata, fogo e água geram o dosha Pitta e água e terra formam o dosha Kapha. Podemos afirmar que os doshas são as expressões fisiológicas dos 5 elementos quando existe equilíbrio, porem quando ocorre uma desarmonia tornam-se suas expressões patológicas.

O dosha Vata, espaço e ar, é frio, leve, seco, móvel e rápido, atua principalmente nas funções excretória e nervosa. No tubo digestivo localiza-se no intestino grosso. Vata desequilibrado ou patológico gera um quadro clínico relacionado ao aumento de espaço e ar (movimento) no nosso corpo físico: secura, frio, perda de peso, inquietação, gases, prisão de ventre, ansiedade, medos, depressão e insônia. Algumas doenças relacionadas ao dosha Vata: fibromialgia, artrose, dores em geral, problemas de coluna, cefaléia, constipação, flatulência, colite, síndrome do intestino irritado, síndrome bipolar, doença de Parkinson, demência senil.

O dosha Pitta, fogo e água, é quente, moderado e oleoso ( úmido), atua principalmente na função metabólica e digestiva. No tubo digestivo localiza-se no estomago e duodeno ( intestino delgado). Pitta desequilibrado ou patológico promove um quadro clínico relacionado ao aumento de fogo e água ( calor e umidade) no nosso corpo físico: azia, queimação abdominal, fezes soltas, calor no corpo, aumento da sudorese ( suor), pele sensível e vermelha, olhos vermelhos, irritabilidade e agressividade. Algumas doenças que podem estar relacionadas ao dosha Pitta: gastrite, ulcera digestiva, regurgitação, diarréia, hepatite, inflamações, acne, crises de fúria e ciúmes, climatério e menopausa, enxaqueca e estresse exacerbado.

O dosha Kapha, água e terra, é pesado, oleoso ( úmido), frio e lento, atua na função estrutural e de lubrificação dos tecidos. Kapha desarmônico ou patológico gera um quadro clínico relacionado ao aumento de água e terra no nosso corpo físico: peso corporal aumentado, lentidão, preguiça, oleosidade, secreções, embotamento mental. As doenças que podem estar relacionadas ao dosha Kapha: obesidade, diabetes, aumento do colesterol, bronquite, sinusite, tosse com secreção, alergias respiratórias, lentidão em todas as funções físicas e mentais e apego exacerbado.

Para tratarmos os nossos desequilíbrios temos que antes apontar o dosha que está em desarmonia ( diagnóstico do desequilíbrio), neste site encontramos o questionário dos doshas que aponta esta desarmonia através de um interrogatório com 27 questões para cada dosha. Você deve responder as questões de acordo com os seus sintomas atuais, pensando em como você está se sentindo nos últimos dias. Após isto é interessante ler sobre os doshas ( botão princípios básicos) e a dieta dos doshas ( botão alimentação ).

O Ayurveda é uma medicina complexa e completa e utiliza diversas ferramentas terapêuticas para equilibrar os doshas: massagem ayurvedica, óleos medicinais, dieta, rotina diária de hábitos saudáveis, oleação e sudação ( purvakarma), fitoterapia ( uso terapêutico das plantas medicinais), terapias purificadoras ( panchakarma), medicamentos com metais, minerais e pedras preciosas ( rasa shastra), recomendação de atividade física, prática de yoga e meditação.

O Susruta Samhita coloca as 8 principais especialidades do Ayurveda que são estudadas nas faculdades de Medicina Ayurvedica:

1- Cirurgia geral ( salya)

2- Doenças da cabeça e pescoço, inclui oftalmologia e otorrinolaringologia ( salakya)

3- Medicina interna ou clinica médica ( kayacikitsa)

4- Psiquiatria e doenças de causas sobrenaturais ( bhutavidya)

5- Ginecologia, obstetrícia e pediatria ( kaumarabhrtya )

6- Toxicologia e envenenamento por animais peçonhentos ( agadatantra)

7- Terapia de rejuvenescimento ( rasayana tantra)

8- Terapia dos afrodisíacos ( vajikaranatantra )

( Susruta Samhita, tradução de Sharma, 2004: vol I, p 7 a 11)

Terminamos este pequeno artigo introdutório sobre o Ayurveda com as palavras do sábio Vagbhata no seu trabalho denominado Astanga Hrdayam, ou o coração dos 8 ramos da Medicina Ayurvedica, que é um resumo em 120 capítulos de todo conhecimento, acumulado no subcontinente indiano, até o século VII da nossa era:

“Aquele que satisfaz-se diariamente com alimentos saudáveis e com atividades que discriminam ( o bom e ruim em tudo e age sabiamente), que não é apegado ( demasiadamente) aos objetos dos sentidos, que desenvolve o ato da caridade, que considera todos como iguais ( agindo com gentileza), com sinceridade, com perdão e mantendo a companhia de pessoas boas, torna-se livre de todas as doenças” ( Vagbhata, Astanga Hrdayam, tradução de Murthy, 2007: vol I, p 52)

VER

http://www.ayurveda.com.br/ayurveda/home/default.asp?staticpage=yes&titulo=Ayurveda

Namaste

terça-feira, 11 de agosto de 2009

yoga e física quântica, Harbans Arora

Hoje a física quântica comprova um dos mais importantes benefícios da meditação: como ela afeta tudo e todos à nossa volta. Com essa nova informação, passamos a ser responsáveis pela sociedade em que vivemos, pelos níveis de violência com os quais convivemos e, principalmente, por mudar tudo isso. Veja, na entrevista a seguir, como isso acontece.


Yoga pela Paz » Como o que sentimos e pensamos interage com a sociedade?

Dr. Harbans: Os nossos pensamentos, sentimentos e intenções geram vibrações de energias sutis. Essas vibrações têm velocidade transluminar (maior que velocidade da luz, de 300.000 km/s). Elas influenciam os pensamentos e sentimentos de outras pessoas, independente da distância, quase instantaneamente.


Yoga pela Paz: Como podemos influenciar positivamente o comportamento da sociedade em que vivemos?

Dr. Harbans: Pelos nossos pensamentos, sentimentos e intenções positivas.


Yoga pela Paz: Qual é o impacto que uma meditação em grupo com intenção da paz tem na sociedade?

Dr. Harbans: A meditação coletiva com foco na paz gera vibrações de grande intensidade energética sutil. Um pequeno número de participantes gera vibrações de grande amplitude, cuja energia é proporcional ao quadrado desta amplitude.

Na realidade, duas leis da abordagem quântica, ligadas às energias sutis, atuam integralmente:

A: a lei de 1% (baseada no funcionamento do marca passo a laser): quando 1% da população medita, pode beneficiar por meio de ressonância a população inteira;

B: a lei de raiz quadrada: como explicado anteriormente, a superposição das ondas de paz gerada pela meditação coletiva realizada ao mesmo tempo por um grupo de pessoas, corresponde à raiz quadrada do número de pessoas numa cidade.

As duas leis juntas nos mostram que uma cidade ou um bairro com 1.000.000 de habitantes precisaria de 100 pessoas meditando juntas. Como um fator de margem de erro, esse número é multiplicado por dois ou três.

As vibrações de paz mudam, pela ressonância, a vibração das outras pessoas que não estão meditando. O efeito não é igual para todo mundo.


Yoga pela Paz: Como podemos trazer essa intenção da paz para o dia a dia?

Dr. Harbans: Pela meditação (ou mentalização e oração) feita regularmente de 10 a 15 minutos diariamente em grupos.


Yoga pela Paz: Como nossos sentimentos e pensamentos influenciam os acontecimentos da nossa vida?

Dr. Harbans: A meditação regular gera novas vibrações desejadas para um estado supraconsciente que determina nossa atitude, visão, paradigma e ação, conduzindo para uma autoclonagem transformadora quântica.

Ioga, meditação, exercícios. Veja como essas atividades colaboram no tratamento de transtornos de ansiedade

Ioga, meditação, exercícios. Veja como essas atividades colaboram no tratamento de transtornos de ansiedade

A ioga, outra modalidade indicada para aplacar a ansiedade, também aposta suas fichas nos exercícios respiratórios, além de promover o relaxamento corporal. "O objetivo é fazer com que a pessoa volte sua concentração para a sua expiração e o momento presente", explica a professora Adriana Teixeira, da academia Bioritmo, de São Paulo. "O interessante é que se pode usar esse recurso no dia-a-dia durante os momentos de maior intensidade da crise", ensina Adriana.

Quem costuma seguir os ensinamentos dela é sua aluna Cristiane Melitto, 30 anos, assessora de marketing. "Sempre que precisava entregar algum projeto costumava ficar muito apreensiva", lembra-se. "A ioga me ensinou a ter autocontrole". Essa também foi a lição aprendida pelo ator mineiro Jackson Antunes, 40 anos, que também sofre de ansiedade. Apesar de não ser praticante da técnica, ele acredita na necessidade de educar a mente para diminuir o problema. "Descobri que é necessário haver uma transformação profunda da maneira de ser", diz. O ator tem razão. Uma das maneiras de reduzir o sufoco da ansiedade é aprender a resolver uma coisa de cada vez, focar atenção em um problema quando ele de fato acontecer e confiar mais em si mesmo.

Exercícios - A prática de atividade física é outra forma de aplacar a ansiedade mais branda. "Os exercícios estimulam as endorfinas, substâncias que melhoram a ação dos neurotransmissores ligados ao humor", explica Cordás.

Uma dieta saudável também é ponto precioso nesse jogo. "As verduras, legumes e frutas têm compostos que ajudam a regular os neurotransmissores envolvidos no processamento das emoções", afirma Eliane Chaves. "Quem já é ansioso também deve evitar fumar, beber e tomar café, pois os três têm compostos estimulantes que deixam a pessoa mais agitada", completa Cordás.

Há também estratégias de emergência para serem usadas nas horas em que as crises de ansiedade parecem monstros prestes a engolir sua vítima. "Procure respirar profundamente por cinco minutos para que sua taxa de adrenalina baixe e você elimine toda a angústia", ensina a professora de ioga Adriana Teixeira. Dessa forma, é possível ter calma para enfrentar a situação sem perder o controle.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O que é Vedanta?

Desejos diferem não apenas de um indivíduo para outro, mas vão se modificando constantemente enquanto vivemos, segundo fatores como idade e posição social. Aquilo que desejamos hoje não é o mesmo que desejávamos na infância.

Do ponto de vista da estimação do valor dos objetos, o universo inteiro pode ser dividido em três categorias:

1. objetos do meu gosto;
2. objetos de aversão;
3. objetos aos quais sou indiferente.

Dentro dessas três categorias, os objetos se permutam. Quero me divorciar da pessoa com quem casei, de quem gostava. Ela é hoje objeto de desgosto. Ou ainda, antes eu era indiferente ao futebol, mas hoje em dia o acompanho com grande interesse. Assim sendo, essas categorias nunca são constantes. Nossos objetos individuais e cultivados são vários e estão sempre a se modificar.

Porém, existe um desejo que é constante e universal: o desejo de ser feliz. Esse não é um desejo cultivado. Não o adquiri numa determinada hora e lugar. É um desejo fundamental, inato a todos. Assim como nasci com fome, sede e outras necessidades, nunca me ensinaram a querer felicidade. Desde que nasci, busco felicidade e contentamento. Esse desejo não é, portanto, sujeito à escolha. É natural. Nem tampouco à modificação. Não posso rejeitá-lo.

De fato, esse é o desejo fonte, causa de todos os desejos secundários e gerais. Através de desejos individuais, me esforço em satisfazer esse desejo inato e fundamental de ser feliz.

Além disso, meu desejo não é meramente o de ser feliz. Quero felicidade total. Não quero nada menos que felicidade absoluta. Estou cansado de ser feliz apenas de vez em quando e em diferentes graus. O que desejo realmente é felicidade absoluta. Quero ser pleno e completo. Quero ser ilimitado.

Aquele que é abençoado com um pensamento claro e maduro certamente reconhecerá que qualquer dos fins alcançados pela realização de desejos secundários não se transformará nunca no resultado que ambicionamos - felicidade absoluta. Não importa quanto adquira em vida, me julgo insuficiente. O problema não está no que quero, mas no querer. Os objetos de desejo surgem e desaparecem, permanecendo somente uma constante música de fundo em minha vida, o fato de que "eu quero... eu quero...".

Tendo reconhecido esse problema, será que posso acreditar sem receio na possibilidade de tal coisa como felicidade plena? Não é isso meramente um sonho de um livro de estórias para crianças ("e eles viveram felizes para sempre")? Sou eu um idealista imprático ao considerar tal possibilidade?

Não. Não é uma mente imatura que procura, mas uma pessoa sensível e capaz de apreciar que esse desejo não é sujeito à escolha, mas é fundamental. Não posso rejeitar o desejo de ser completo, visto que não o escolhi. Tampouco posso negar que a felicidade adquirida na realização dos incontáveis desejos individuais é fugaz, e que me encontro sempre incompleto. Somente um indivíduo prático ousa perguntar: "onde se encontra a felicidade?". Prático porque dirige a sua atenção para a causa do problema. Aqueles que sem entender o problema vão por aí à procura de plenitude na esfera dos desejos individuais ainda estão "procurando no escuro". Aquele que realmente procura é diferente de todos os outros, visto que tenta satisfazer um desejo único capaz de destruir todos os outros desejos. Somente quem reconhece esse problema fundamental é digno de ser chamado mumukshu (1), pois para ele somente esta busca é válida e significativa.

Se o desejo de ser feliz e ilimitado não é sujeito à escolha e é natural e universal, sem dúvida que não é sem sentido. Os meios de satisfazer os desejos naturais, como fome e sede, são necessariamente providos pela natureza. Assim sendo, tem que haver um meio de satisfazer o mais fundamental dos desejos. E, portanto, sendo esse o mais fundamental dos problemas de minha vida, pede um inquérito adequado.

Quanto mais se vive uma vida consciente, mais o desejo fundamental de ser completo se torna difícil de ser ignorado. E, até que se encontre uma solução para esse problema, não haverá tranqüilidade. O método pelo qual esse inquérito se efetua é chamado Vedanta.

Vedanta, um meio de conhecimento

Na parte final de cada um dos quatro Vedas (2) encontram-se as Upanishads. A estas é dado a designação geral de Vedanta. A palavra se deriva de vedanam antah, que significa o final dos Vedas. Outra designação dada às Upanishads, geralmente usada e que carrega uma significação importante, é Sruti, que significa aquilo que é ouvido. Aqui podemos apreciar que as Upanishads não são um conhecimento teórico contido em livros, mas um ensinamento que deve ser ouvido.

Vedanta não é um sistema filosófico. Tampouco religião. Vedanta é uma tradição de ensinamento transmitido de mestre a discípulo num fluxo perene desde tempos imemoriais. Assim como não podemos dizer o que veio primeiro, se a árvore ou a semente, é impossível delinear um começo para esse ensinamento.

Rotular Vedanta de "escola de filosofia" ou qualquer tipo de "ismo" é um grande erro da parte daqueles que não se expuseram devidamente ao método de ensino autêntico e tradicional. Nas Upanishads é dito que esse conhecimento deve ser recebido de um Srotrya Brahmanistha, um mestre não somente versado nos Shástras (3), mas também uma personificação viva do próprio conhecimento. Somente aquele que encontra um tal mestre pode apreciar a singularidade e eficiência do ensinamento vedântico.

Assim sendo, Vedanta é uma tradição de conhecimento. Conhecimento de quê? Temos ouvido explicações do tipo: "de um caminho para a verdade", "conhecimento do ser", ou "conhecimento da Verdade". Aceitamos todas, porém, o mais acertado será obter da própria tradição o significado do Vedanta. Jiva Brahma Aikyam é a essência do ensinamento, o que significa a identidade que se obtém entre o indivíduo, aquele que busca, e o Fim, o Ser Ilimitado. O ensinamento vedântico é um desdobramento claro e profundo dessa verdade essencial e única.

Outro aspecto importante do Vedanta é o método singular do ensinamento. Vedanta é referido como escola shabda pramánam, ou palavras que são um meio de conhecimento. Por intermédio de um hábil manipular de certas palavras e frases significativas, o mestre leva o estudante a reconhecer a verdade sobre Si Mesmo. Isso é entendido melhor por meio de uma ilustração: um certo indivíduo, pensando ter perdido suas chaves, não percebe tê-las em seu bolso, e sai à procura delas como um louco. Seu filho menor, cujas mãozinhas já reviraram bem aqueles bolsos, sabe exatamente onde estão as chaves, e diz: "Papai, olhe em seu bolso. As chaves estão com você". Resmungando, o pai verifica em seus bolsos e descobre então que as chaves estavam consigo o tempo todo.

Na verdade, as chaves não estavam perdidas, mas de algum modo não as havia notado, e a sensação de perda fez com que as procurasse em outro lugar. Mesmo depois de muita procura, ele não as acharia, pois eram algo já adquirido. Ele as tinha consigo todo o tempo. O conhecimento errôneo "minhas chaves estão perdidas" precisava ser substituído pelo conhecimento correto "as chaves estão comigo". O conhecimento transmitido por meio de uma frase dita por alguém bem informado libertou o homem de sua sensação de perda. Ao ouvir palavras adequadas e na hora certa, ele compreendeu ser o "possuidor das chaves". Exatamente o que almejava ser. As palavras foram o meio pelo qual ele se livrou de sua ignorância.

Do mesmo modo, em Vedanta, as palavras são o meio de conhecimento pelo qual o mestre indica uma verdade já existente. A identidade existente entre o ser individual e o Absoluto é expressa pela frase "tu és Aquilo". Não se diz "tu te tornarás Aquilo (mais tarde)". Visto que essa verdade é algo já existente, não será adquirida através de uma ação, mas sim por conhecimento. E para conhecer algo é necessário um meio de conhecimento. Vedanta é o meio de conhecimento que, por ser em forma de palavras, necessita de um mestre. Um mestre de Vedanta é aquele que dissipa a escuridão, a ignorância que impede alguém de conhecer a si mesmo.

Vedanta é, então, um meio de conhecimento que proporciona o conhecimento do Ser. Outros meios de conhecimento à nossa disposição não o possibilitam, e, portanto, esse método de conhecimento em particular se faz necessário. Assim como nossos olhos são os meios de conhecimento para que formas e cores sejam conhecidas, Vedanta é o meio para o conhecimento do Ser. Om.
Flor de Lótus Espaço de Yoga

Texto: Gloria Arieira

O YOGA E A HIPERTENSÃO ARTERIAL

O Yoga pode ser uma prática importante e eficaz no combate à hipertensão arterial, no entanto também é verdade que, alguns dos exercícios feitos vulgarmente nas aulas de Yoga podem também ser prejudiciais para os alunos hipertensos.
Sabemos que esta é uma patologia cada vez mais comum nos nossos dias e, como professores de Yoga, sabemos também que é relativamente comum que pessoas hipertensas venham praticar Yoga. Como tal, torna-se fundamental saber quais serão os asanas e pranayamas desaconselhados para esta condição, bem como as técnicas que poderão ajudar a diminuir a pressão arterial.

O que é a Hipertensão

Em primeiro lugar devemos perceber em que consiste a hipertensão arterial.
Os valores em que pode ser diagnosticada a hipertensão podem variar, mas alguns estudos recentes realizados nos EUA apontam para que, valores superiores a 160/95 mm hg sejam considerados hipertensos, e valores entre 140/90 mm hg e 160/95 mm hg se considerem borderline.

E em que consistem estes valores? O valor mais alto é denominado por pressão arterial sistólica, que acontece quando o coração bombeia, contraindo-se, o sangue oxigenado do ventrículo esquerdo para a artéria aorta. Esta pressão arterial não mantém o mesmo valor ao longo de todo o circuito sanguíneo, uma vez que vai diminuindo gradualmente até o sangue desoxigenado chegar à aurícula direita com a pressão arterial de quase zero.
O coração também pode ser considerado um órgão muscular respiratório, pois participa no processo da respiração, bombeando o sangue que transporta o oxigénio e nutrientes e, depois, recebendo o sangue desoxigenado (com CO2 e impurezas) interagindo directamente com os pulmões.

A seguir à pressão arterial sistólica, a pressão nas artérias diminui quando o coração se volta a encher para a próxima contracção. Este valor mais baixo da pressão arterial é conhecido como pressão arterial diastólica, porque a fase em que o coração está relaxado é conhecido como diástole.

A oscilação das duas pressões é que produz a pulsação arterial, que é transmitida como uma onda de pressão através das paredes das artérias (algumas veias) podendo ser sentida em vários pontos do corpo. Normalmente, a pressão arterial é medida nos pulsos e com o braço à altura do coração porque esta é influenciada pela acção da gravidade, variando consoante a localização e posição de cada parte do corpo em relação ao coração.

A pressão arterial nos vasos, que se encontrem verticalmente abaixo do nível do coração, aumenta por causa da pressão que o sangue exerce nas artérias, devido ao efeito da gravidade. Quanto a uma parte do corpo que se encontre numa posição verticalmente acima do nível do coração, irá verificar-se uma diminuição da pressão arterial pois o sangue terá que contrariar a força gravítica.

Como Aadil refere, as razões que podem conduzir a um estado de hipertensão são variadas, entre elas a dieta, a falta de exercício físico, obesidade, predisposição genética e o stress. Relativamente a esta última, apesar de ainda não existirem estudos que comprovem a 100% esta relação, tudo aponta para que ela exista.

Hipertensão e Yoga


No caso particular do stress e como reacção a este, o Sistema nervoso Simpático origina uma vasoconstrição o que aumenta a pressão arterial. Ensinar às pessoas técnicas de gestão de stress eficientes, pode conduzir a uma redução do stress e a uma diminuição consequente da pressão arterial (McCaffrey et al., 2005) e o yoga, com algumas das suas técnicas, pode desempenhar um papel importante nesta aprendizagem.

Durante o exercício físico numa pessoa saudável o valor da pressão arterial pode subir até 240/160mm hg ou mais sem efeitos negativos, mas em pessoas hipertensas é necessário termos atenção à subida excessiva dos valores da pressão arterial, pois podem trazer consequências nefastas.

Os diferentes tipos de exercício parecem ter efeitos diversos ao nível destas mudanças de pressão arterial. O exercício estático, como o que é realizado em diferentes tipos de yoga, tende a aumentar a pressão distólica mais do que o exercício dinâmico, onde os músculos são contraídos e relaxados de uma forma rítmica, como é o exemplo das sequências de asanas mais exigentes como, por exemplo, o surya namaskar .

Este aumento da pressão distólica pode originar um esforço no coração, reduzindo a circulação sanguínea nas artérias coronárias, nos pequenos vasos sanguíneos que fornecem oxigénio e nutrientes às paredes do coração.

O aumento da pressão arterial durante a sessão é proporcional à exigência da sequência praticada, ou ao esforço para permanecer na posição estática. Esta é a razão pela qual aos hipertensos se desaconselha a prática de tipos demasiado exigentes de yoga, ou permanências demasiado longas nos asanas mais exigentes, em especial aqueles com os braços no ar, pois neste caso a pressão arterial aumenta para se conseguir enviar o sangue oxigenado aos músculos dos braços contrariando a acção da gravidade. Tal como Gilmore refere, já o exercício moderado é altamente recomendado e parece ter efeitos positivos nos valores da pressão arterial.

A prática de yoga e os seus efeitos ao nível da hipertensão tem sido bastante estudada e têm-se registado resultados muito positivos. Aadil realça que os estudos parecem demonstrar que quanto maior o valor da pressão arterial, maior será a sua diminuição através da utilização de algumas técnicas do yoga.

Num estudo efectuado (Telles et Al., 2004) com um grupo de 12 novos praticantes de yoga (asana, pranayama, relaxamento guiado, meditação e kriyas), este mostrou uma diminuição significativa de uma forma voluntária do seu ritmo cardíaco de base, num programa de um mês, comparativamente a um grupo de controlo que não praticou yoga e que não evidenciou nenhuma mudança. Como conclusão os autores desta investigação apontam para que a prática de yoga possa facilitar o condicionamento das respostas viscerais através da autosugestão.

Noutro estudo com a duração de 8 semanas que procurou avaliar o efeito de uma prática regular de asanas e pranayamas na redução do stress, pressão arterial e índice de massa gorda (McCaffrey et al., 2005), concluiu-se que a prática de alguns exercícios do yoga pode diminuir a pressão arterial em pessoas com hipertensão suave ou moderada.

Deve-se no entanto ter em atenção que nem todas as técnicas do yoga devem ser utilizadas em pessoas hipertensas. Também é importante avaliar de que tipo de hipertensão é que a pessoa padece. Cada caso deve ser encarado como um caso único. Aadil acredita que as diferentes causas que conduzem a um quadro de hipertensão arterial merecem um tratamento diferenciado.

Cuidados a ter na elaboração de uma prática com pessoas hipertensas


Na elaboração de uma prática para a hipertensão devemos dar atenção a algumas questões importantes. Damos a seguir algumas indicações importantes para aulas de yoga em grupo, realçando que num contexto de yoga terapia, em sessões individuais, existem muitas variantes que podem ser desenvolvidas e que podem trazer benefícios para a pessoa hipertensa mas que, para nos alongarmos demasiado, não iremos aqui abordar.

Exercícios aconselhados para pessoas hipertensas:

- Exercícios respiratórios – pranayamas não exigentes que prolonguem de uma forma confortável as expirações. Como Farhi refere, a respiração denominada diafragmática, pode trazer benefícios no caso da hipertensão arterial. O músculo do diafragma respiratório actua como um “segundo coração” no que concerne à circulação sanguínea através do seu movimento que ajuda a bombear o sangue arterial e a drenar o sangue venoso. Num estudo efectuado nos EUA verificou-se que 100% dos internados num hospital com problemas cardíacos mostravam ter uma respiração em que usavam só a zona superior dos pulmões, o que pode ser um dado muito importante.

- Deve manter-se sempre uma consciência corporal apurada identificando qualquer problema. Se se mantiverem, uma respiração suave e tranquila e o conforto no asana é natural que a pressão arterial também esteja estável.

- Privilegiar os alongamentos sem nunca forçar (muitas vezes a hipertensão arterial está também associada a hipertensão muscular, por isso a importância de asanas de alongamento, que ajudam a libertar algumas tensões acumuladas no corpo e que, no entanto, devem respeitar alguns princípios (ver secção a evitar).


- Relaxamento - esta técnica traz muitos benefícios para a diminuição da hipertensão (aconselhada a quem tem hipertensão arterial grave.

- Meditação - outra técnica que através de diferentes estudos se tem mostrado muito útil no combate à hipertensão arterial.


Cuidados a ter na elaboração de uma prática para alunos hipertensos:

- Não trazer a cabeça abaixo do diafragma respiratório.

- Não elevar os calcanhares ou os braços acima da cabeça ou evitar permanecer de uma forma prolongada nestas posições.

- Saltar de posição para posição, como se faz em algumas práticas, pode ser contra-indicado.

- Evitar a prática de agnisara ou nauli (Massagem abdominal), já que estes são exercícios que aumentam a pressão intra-abdominal, o que por sua vez aumenta a pressão arterial.

- Evitar pranayamas, como o bhastrikha (hiperventilação), o kapalabhati (expirações rápidas e forçadas) e suspensões da respiração com os pulmões cheios (antar khumbhaka) ou com os pulmões vazios (bahir khumbhaka).

-Mesmo estando medicados e com a tensão arterial controlada, aconselha-se a que haja cuidado em particular nas invertidas e nas retroflexões, como defende Aadil, estas posturas podem criar estados de agitação mental e tremores no praticante.
Os asanas de retroflexão têm tendência para aumentar a pressão arterial se forem muito exigentes. Mas, mesmo quando efectuados de uma forma mais suave, não se deve deixar a cabeça tombar para trás.

- As invertidas também devem ser evitadas, pois aumentam a pressão arterial. As invertidas estáticas podem causar problemas porque aumentam excessivamente a pressão nas câmaras e válvulas do coração, comprometendo ainda mais a circulação coronária.
No entanto, algumas invertidas mais suaves e com apoios, como a que podemos ver na imagem, em casos de hipertensão leve e medicada até podem ser recomendadas (Lasater, 1995).

- Os asanas mais exigentes ao nível muscular, quando mantidos por longos períodos de tempo também são contra-indicados.

- Blackmore refere que os asanas de torção também devem ser efectuados com cuidado e sem permanência, pois estes asanas têm tendência para aumentar a pressão interna.

- Monro recomenda ainda que, em casos de hipertensão grave, se evitem: Surya Namaskar, posturas deitadas, posturas em decúbito ventral, respirações rápidas.


Jorge Ferreira

Bibliografia

Aadil, P. (2007) High Blood Pressure – in Yoga as Medicine - The Yogic Prescription for Health and Healing (Timothy McCall (2007) pag. 359-378 Bantam Books New York

Anna Blackmore (2006) Twists. Yoga Therapy Foundation Course, Yoga Biomedical Trust and the Life Centre


Farhi, Donna, (1996), Breathing Book – Good Health and Vitality Through Essential Breath Work. Owl Books New York

Gilmore, Ruth (2008) Blood Pressure: A guide for yoga teachers and practitioners. Spectrum (Summer)

Lasater, J. (1995) Relax e Renew; Berkeley, California.

Monro, Robin; Nagarathna, Nagendra, (1990) Yoga for Common Ailments; Fireside Books, London

McCaffrey et al., (2005) The Effects of Yoga on Hypertensive Persons in Thailand; Holistic Nursing Pratice, July/August 2005 pag. 173-180

Telles et Al., (2004) An Evaluation of the Ability to Voluntarily Reduce teh Heart Rate after a Month of Yoga Pratice. Integrative Physiological & Behavioural Science, April-June, Vol.39, No. 2, 119-125
Publicada por PsiYoga em 8:54

YOGA MARAGOGI - AL - Isabel Sehb - ECHOAR ASHRAM

Origem da palavra yoga
A palavra original Yoga vem do yuj em sânscrito , língua falada pelos árias, um povo nômade que chegou a Índia em 2.000 a. C. Significa “julgo”, “ união” ou “ junção”.
A yoga significa união. A união do indivíduo com o Espírito Universal é yoga.

A história do yoga
As origens do yoga se perdem no tempo. É considerado como uma ciência divina da vida, que foi revelada aos sábios iluminados durante a meditação.
A prova arqueológica mais antiga sobre sua existência se encontra em varias esculturas de pedra que mostram figuras em posturas yoguicas, achadas no vale do indo, atualmente o Pakistão,; se calcula que datam aproximadamente 3.000 mil anos A. de C.
A primeira menção sobre o yoga esta numa vasta coleção de escrituras que constituem os Vedas, dos quais uma parte se remonta pelo menos no ano de 2.500 A. de C., ainda o pilar dos ensinamentos yoguis e a filosofia conhecida como Vedanta se encontram nos Upanishads, que formam a ultima parte dos Vedas. A filosofia Vedanta prima a idéia de uma consciência absoluta, que se conhece como Brahman, e Brahman é o universo inteiro.

Até o século VI A. de C., já existiam os grandes poemas épicos: El Ramayama, de Valmiki, e o Mahabharata, de Vyasa, que continha o Bhagavad Gita, que é a escritura yogui melhor conhecida. O tema mencionado no Bhagavad Gita é o Gita ou Brahman, na sua encarnação como Krishna, instruindo o guerreiro Arjuna sobre os ensinamentos do yoga, e especificamente a forma de alcançar a liberação mediante ao cumprimento dos deveres da vida.
Posteriomente no século III A. de C. encontram-se os textos escritos de Patanjali chamados Yoga Sutras de Patanjali que são a eixo central do Raja Yoga. Estes textos clássicos sobre o Hatha yoga são Hatha Yoga Pradipka que descreve as diversas asanas (posturas) e os pranayamas (exercicios respiratórios) que constituem a base da moderna pratica de yoga.

Introdução ao Yoga
O yoga é uma ciência holística da vida.
È um sistema de desenvolvimento e evolução pessoal mais antigo do mundo, concentrando o corpo, a mente e o espírito. Os antigos yogui tinham uma compreensão profunda da natureza essencial do homem e de suas necessidades para viver em harmonia consigo mesmo e com o meio ambiente.
Imaginaram o corpo como um veiculo, no qual a mente é o condutor e a alma, é a verdadeira identidade do homem, e as ações, as emoções e a inteligência, são as três forças que mobilizam o corpo-veiculo. Para que haja uma evolução integrada, estas três forças devem estar em equilíbrio. Os primeiros mestres, tendo em conta a relação entre o corpo e a mente, formalizarama um método especial para manter o tal equilíbrio, sendo um método que combina todos os movimentos necessários para assegurar a saúde física através das técnicas de respiração e de meditação que garantem assim a paz mental.

Meta do yoga
A meta fundamental de todos os aspectos da pratica do yoga é a união do nós mesmos individual (jiva) com a consciência absoluta (Brahman)

Método do yoga
Pranayama - exercícios respiratórios.
Bandhas - fechos energéticos.
Ásanas - posturas do yoga
Dhyana - Meditação - o silenciar da mente.
Savasana - relaxamento - desapegar-se.



PRANAYAMA – exercícios respiratórios

PRANAYAMA É UM VÍNCULO ENTRE AS DISCIPLINAS MENTAIS E FÍSICAS.
EM TANTO QUE A AÇÃO FÍSICA, TEM O EFEITO DE TRAZER CALMA, LUCIDEZ E TRANQÜILIDADE A MENTE.
“ Swani Vishnu Devananda “

“Quando a respiração esta irregular, a mente também esta irregular. Mas, quando a respiração se aquieta a mente também e o yogui vive muito mais tempo.”
Hatha Yoga Pradipika. Cap.2, vs.2.

( Exercícios respiratórios ) A ciência do controle da respiração.
Em sânscrito ( Língua Hindu antiga ) quer dizer domínio do Prana. E PRANA é a energia vital, energia cósmica.

O QUE É PRANA ( corpo sutil)
O prana esta na matéria, mas não é matéria. Esta no ar, mas não é oxigênio. É uma forma sutil de energia que é transportada pelo AR, ÁGUA, ALIMENTOS, LUZ SOLAR E ÂNIMA , todas as forças materiais.
Com a prática de PRANAYAMA E ASANAS; absorvemos maior quantidade de prana, que armazena-se no corpo, ganhando GRANDE VITALIDADE E ENERGIA.
Ademais, os yoguis consideram que possuímos dois corpos que nos rodeiam.
- o corpo astral
- o corpo causal ( Físico)
E, o PRANA é o vinculo entre os dois, e flui pelas NADIS ( canais ) do corpo astral.
NADIS, são canais nervosos do corpo astral, dos quais fluem o PRANA.
ENERGIA POSITIVA ( PRANA ) – Aferente – acima
ENERGIA NEGATIVA ( APANA) – Eferente – abaixo
( ambos se unem no MULADHARA CHAKRA , onde se desperta a KUNDALINE.
KUNDALINE é uma energia cósmica estática, representada com uma serpente enroscada quando começa a mover-se para cima pela nadi sushumna , atravessa os 07 chakras.
É possível exercitá-la e ativá-la mediante ao pranayama e outras técnicas yoguis.
As asanas e pranayamas são destinados a purificar as NADIS. Quando bloqueados, resulta em má saúde.
Segundo os yoguis antigos, temos uns 72 mil NADIS. De todos o mais importante é o SUSHUNMA cuja a outra parte no corpo físico corresponde a MEDULA ESPINAL.
Cada lado do SUSHUMNA há outras duas NADIS:
- IDA NADI – gânglio simpático
- PINGAlA NADI – gânglio simpático
Respirar corretamente significa respirar pelas narinas, pois a parte do fundo das narinas estão os órgãos do olfato, através dos quais passa o PRANA e alcançam o sistema nervoso central e o cérebro.
Ao controlar o PRANA se controla a mente para prática de concentração e meditação. É importante manter a boca fechada, executar uma inspiração e expiração completa, fazendo os pulmões trabalharem sua totalidade.

BENEFÍCIOS:
Revitaliza o corpo. Tranqüiliza as emoções. Gera grande clareza mental.
Através dos pranayamas ( exercícios respiratórios), a capacidade pulmonar é aumentada e se obtém um melhor funcionamento do sistema cardiovascular e cerebral. Com essas técnicas para harmonizar e ampliar a capacidade pulmonar, o praticante aprende a absorver, acumular e distribuir melhor o PRANA - Energia Vital - por todo o organismo, trabalhando assim intensamente a energia.

Exercícios respiratórios:

UJJAYI – Em Sânscrito quer dizer Expansão Vitoriosa
Inspira e expira pelo nariz com intensidade promovendo assim, um som abafado atrás da garganta. O som que produz, advém do fechamento parcial da glotis que localiza-se junto as cordas vocais, este som é como se estivéssemos ressonando. Através desta respiração iniciamos o processo de concentração, pois passamos a escutar o som de nossa própria respiração. Gera calor no corpo, calor este, tão necessário para aquecimento de nossas articulações.
Variação desta respiração: dar um espaço entre uma inspiração e expiração , tendo assim maior consciência da entrada e saída de ar no nosso organismo.
BENEFÍCIOS: Fortalece o sistema nervoso e o sistema digestivo, aquece o corpo e através da intensa circulação sangüinêa e o suor que produzimos, eliminamos toxinas.

KAPALABHATI – Em Sânscrito quer dizer Crânio Brilhante.
Kapalabhati faz parte de um dos 06 KRYAS, ( KRYAS são exercícios de purificação). A expiração forçada, exala GAS CARBÔNICO da base superior dos pulmões , deixando espaço para uma inspiração rica em oxigênio. Limpando assim, todo o aparelho respiratório. Aumentando a quantidade de oxigênio no corpo, temos um efeito ILUMINADOR.
O foco desta respiração esta na expiração e quando se expira contrai o abdômen bruscamente elevando o diafragma forçando assim uma saída de ar, e para inspirar se relaxam os músculos e permite que os pulmões se encham de ar.
BENEFÍCIOS: tonifica o estômago, coração e o Fígado devido ao movimento repetido do diafragma.

Anuloma Viloma (respiração alternada pelas narinas)
É um exercício que alterna a respiração pelas narinas e adiciona-se um ritmo para a inalação outro para retenção e outro para exalação do oxigênio.
Ex.: Ritmo para iniciantes: inalação em 03 tempos, retenção em 12 tempos e exalação em 6 tempos. Aumentando a proporção gradativamente.
Exemplos: 4-16-8, ou 5-20-10 ou 6-24-12 e assim por diante.
O mudra (gesto das mãos) aplicado na mão direita é o vishnu mudra. Usa-se o polegar direito para narina direita, o dedo anular para narina esquerda e para reter o ar, usa-se simultaneamente o polegar e o anular.
Pratica: começa inalando pela narina esquerda em 03 tempos, retenção do ar 12 tempos e exala pela narina direita em 06 tempos, começa-se inalando pela narina direta em 03 tempos, retenção em 12 tempos e exala pela narina esquerda em 06 tempos. Isto quer dizer 01 volta de Anuloma Viloma.
Deve-se praticar inicialmente 05 voltas, aumentando gradativamente até 10 voltas.
Benefícios: acalma a mente, dando mais lucidez e estabilidade. Aumentamos nosso poder de concentração. Controlamos e armazenamos a energia vital. O sistema psíquico se equilibra e deixa o corpo leve e o olhos brilhantes.

BHASTRIKA – Em sânscrito significa fole.
È a respiração mais poderosa de todos os exercícios respiratórios para mobilizar a Kundaline, consiste em uma serie de bombeamentos seguido por uma retenção do alento como no kapalabhati. A diferença é que o bombeamento é com mais rapidez e esforço, usando todos os músculos do aparelho respiratório.

RESPIRAÇÃO COMPLETA, quando inspirarmos o abdômen se expande e o diafragma desce; massageando os órgãos abdominais. E quando expiramos o abdômen se contrai e o diafragma sobe massageando o coração. Das 03 etapas da respiração ( inspirar, reter e expirar ) . O mais importante é a expiração, o tempo da expiração deverá ser sempre duas vezes mais longa que o tempo da inspiração, somente assim exalamos o ar viciado, ou seja , as toxinas.
BENEFÍCIOS: Renovação celular, devido a expansão total dos pulmões.
E, ao expandirmos os pulmões, na superfície dos pulmões localizam-se os alvéolos onde o oxigênio se transforma em nutrientes para renovação das células.

IMPORTANTE:
Manter a postura reta, rosto relaxado, peito aberto, ombros relaxados.
Quanto melhor a postura, melhor nosso aparelho respiratório vai funcionar. Criando ritmo, concentrando e aumentado a intenção e a intensidade de cada respiração, se esvaziando e limpando a cada respiração.
Quanto mais intensa for nossa respiração maior nossa capacidade na prática, maior nossa determinação e concentração

BANDHAS – fechos energéticos
BANDHA em sânscrito quer dizer fechadura. Os Bandhas são fechos energéticas. Eles impedem que o PRANA - a energia VITAL se dissipe.
Como também permite ao praticante regular o fluxo Prânico e converter o fluxo Prânico em Espiritual.

1º Bandha:
MULA – BANDHA – Em Sânscrito quer dizer Raiz – base.
Acha-se o Mula –Banda contraindo o perinêo.
É uma contração sutil para redirecionar a energia no corpo, não permitindo que o prana se escape pela parte inferior do corpo
.
2º Bandha:
UJJANA –BANDHA – em Sânscrito quer dizer Voando para cima.
Acha-se o Ujjana – Bandha trazendo o abdômen para dentro e ligeiramente para cima em direção das costas. O peito para cima.
Depois de expirar completamente, contrai o abdômen para cima e para trás, em direção a coluna. Isto obriga o PRANA a subir para NADI SUSHUMNA

3º Bandha:
JALANDHARA – BANDHA – chave de queixo .
Acha-se o Jalandhara-Bandha quando abaixamos o queixo.
Enquanto retém o alento oprime o queixo para baixo, impedindo que o PRANA se escape pela parte superior do corpo. Ao exalar o ar , levanta-se o queixo.

COMO USAR OS BANDHAS:
JALANDHARA BANDHA e o MULA BANDHA se usam simultaneamente durante a retenção de ar, para se conseguir a união do PRANA E APRANA.
UJJANA BANDHA se usa depois de uma expiração, impulsionando o PRANA para cima pela NADI SUSHUMNA e assim elevar a KUNDALINI
IMPORTANTE:
A presença dos Bandhas é muito importante na pratica das ÁSANAS e PRANAYANAS. Durante a prática das ASANAS manter a consciência no Mula-Bandha e o Ujjana-Bandha.

ÁSANAS – posturas do yoga
Em sânscrito quer dizer POSTURAS. Atuam sobre a totalidade dos sistemas do corpo.
Flexibilizam a coluna vertebral e as articulações.
Tonificam os músculos.
Melhoram e equilibram o sistema endócrino ( glândulas ). Regulando de maneira a secretar quantidades corretas de hormônios no organismo, repercutindo no bem estar físico, mental e emocional.
Melhoram o funcionamento dos órgãos internos
Equilibram o sistema Simpático e Parasimpático proporcionando um corpo ágil e flexível, além de reduzirem o nível de toxinas no organismo, trabalhando também de forma eficiente o sistema circulatório, respiratório e digestivo, prevenindo e tratando as doenças articulares, gástricas e emocionais.

PROPOSITO FINAL: tanto as Ásanas como os Pranayamas purificam as NADIS
(canais nervosos) para o PRANA ( energia vital ) fluir livremente sobre as nadis, preparando o corpo para movimentação da KUNDALINE ( energia cósmica superior)

A prática regular, desenvolverá cada ásana e, quando estiver dominado, visualizará cada ásana como uma atitude positiva e progressos consideráveis.

RELAXAMENTO - desapegar – se.
SAVASANA ( Postura do cadáver ) é a postura clássica do RELAXAMENTO.
Relaxar espiritualmente quer dizer desapegar-se, convertendo-se em um testemunho do corpo e da mente, com a finalidade de identificar-se com SI PRÓPRIO ou CONSCIÊNCIA PURA.

Tanto para relaxar com concentrar , temos que respirar regularmente e ritmicamente concentrando-se num processo de respiração.
Fisiologicamente, ao relaxarmos diminuímos o consumo de oxigênio e se elimina menos anidrido carbônico, reduz tensão muscular, diminui a atividade do sistema nervoso simpático e um incremento do para-simpático

DHYANA – meditação – silenciar a mente.
Meditação: Enfocar a mente em um ponto, silenciá-la para perceber á
SI PRÓPRIO.

TIPOS DE MEDITAÇÃO:
Há dois tipos:
SAGUNA ( Concreta) – se concentra em um objeto concreto, pode ser; uma imagem ou símbolo visual, ou mantra que leva o meditador a unidade.
NIRGUNA ( Abstrata) – ponto de foco é uma idéia abstrata, como pode ser o Absoluto.

OS DOZE PRINCÍPIOS PARA MEDITAÇÃO
“ swami-Vishnu-devananda “

1 - Reserva para meditação um lugar especial; a atmosfera que construas te ajudará a silenciar a mente.
2 - Escolha um momento em que a mente esteja livre de preocupações. Aurora ou crepúsculo.
3 -Praticar todos os dias no mesmo lugar e na mesma hora, condicionando a mente a se aquietar rapidamente.
4 – Sentar em posição ereta olhando ao leste(sol nascente)
5 – Instrui a mente para que se mantenha tranqüila enquanto a seção de meditação.
6- Regule a respiração, comece com cinco minutos de respiração profunda e depois uma respiração mais lenta.
7- Estabeleça um ritmo para a respiração, espirando durante três segundos.
8- Ao princípio deixe a mente vagar, se a obrigas a concentrar-se, somente obterá a mente mais inquieta.
9- Agora leva a mente a descansar em um ponto focal que já tenhas escolhido.
10- Aplicando a técnica que já escolheu, mantenha o objeto de sua concentração em um foco durante toda a seção.
11- A meditação se produz quando alcançares um estado de pensamento puro, mas siga retendo sua consciência na dualidade.
12- Depois de muita prática, a dualidade desaparece e se alcança a SAMADHI(estado de supra consciência).

Textos elaborados pela prof.: Isabel Sehbe, baseados no livro:
EL NUEVO LIVRO DEL YOGA Escrito por Lucy Lidell con Narayani e Giris Rabinovitch). Apresentação de Swami Vishnu-devanada.
CENTRO SIVANADA YOGA

Prof: ISABEL SEHBE, Iniciou no yoga em 1994 e desde então, vem adquirindo aperfeiçoamento no Brasil, nos Estados Unidos e na Ìndia.
Tem FORMAÇÃO INTERNACIONAL DE YOGA pelo TTC– Sivananda Yoga Teacher`s Training Courses. Com Diploma internacional da “ Yoga Vedanta Forest Academy “ de Rishkesh – Índia. Com titulo concedidode “Yoga Siromani”.
isabelsehbe@terra.com.br
81- 9974 5976 / 3341 6453

VER http://www.ecoharyogaashram.com.br/

Dicas de preparação e atitudes para aula de yoga

Chegue cedo. Chegar com 10 minutos de antecedência pode te ajudar a ajustar e alinhar sua atitude com o propósito da aula. Enquanto você aguarda, pode praticar determinada postura, fazer alguns alongamentos, ou apenas sentar em silêncio, respirar e se centrar.

Não coma de duas a três horas antes da aula. Se você pratica yoga de estômago cheio, pode experimentar câimbra, náuseas, ou vômito, especialmente nas torções e invertidas. A digestão também consome energia, o que pode te deixar letárgico.

Informe seu professor sobre lesões ou condições que possam afetar a sua prática. Se você se sente cansado ou está machucado, não faça posturas que não pode ou deveria fazer, ou tente modificações, versões e adaptações.

Crie uma intenção. Para ajudar a focar, é aconselhável que você dedique sua prática a uma determinada intenção. Isso pode trazer mais consciência e compreensão, saúde, força e habilidade mais rapidamente. Ou pode ser para o benefício de um amigo, uma causa – ou mesmo por você.

Não leve o celular para aula. Deixe a vida social e profissional para fora do estúdio, assim a paz da prática não será interrompida.

Pratique em silêncio. É ótimo estar em uma aula com pessoas que conhece, mas uma conversa paralela pode dispersar outros colegas e você mesmo.

Traga uma toalha. E se você sua demais, chegue limpo e livre de odores ou perfumes que possam incomodar os outros.

Invista no seu prório mat. Ter o seu tapetinho evita que você seja contaminado com fungos e micoses e também vira parte do seu “templo” de prática. Ele te acompanha e conta a sua história no yoga em determinado período. Por outro lado, não deixe que isso vire mais um objeto de apego na sua vida.

Não force. Em vez de tentar ir o mais fundo possível na postura, faça o que puder sem se machucar. Você irá mais longe em menos tempo se mantiver uma atitude amorosa consigo e trabalhar de onde estiver e não onde você acha que deveria estar.

Recolha e guarde todos os props e suportes que utilizar.

Não entre na aula atrasado ou saia antes do fim, é dispersivo para os outros.

Reserve algum tempo para reflexão após a aula, assim pode reter o que aprendeu. Reveja as posturas que praticou e anote instruções que particularmente fizeram sentido. Mesmo que você se lembre de uma única coisa da aula, logo você terá bastante informação para aprofundar durante a prática pessoal.



extraído do site eyoga.com.br

RESPIRAÇÃO DO YOGA ESTUDO MÉDICO CIENTÍFICO

POR DENTRO DA RESPIRAÇÃO DO YOGA (PARTE 1)

A neurofisiologia do Pranayama

Os intrincados caminhos da meditação dentro de nosso cérebro têm sido pesquisado por inúmeros neurocientistas e hoje, graças às modernas técnicas de imageamento cerebral, conseguimos inclusive identificar quais áreas neuronais estão mais ativas no momento da meditação profunda. No entanto, todos os estudos com meditadores experientes parecem desenhar um mesmo perfil, um estado de “alerta/calmo”; observação esta que desperta a hipótese de uma dupla ativação dos sistemas simpático/parassimpático, diminuindo a freqüência respiratória (FR) e a cardíaca (FC) a índices tão baixos que o eletrocardiograma em uma pesquisa de 1973 não conseguiu medir alterações no coração durante cinco dias em um suposto yogue em meditação (Khotari et al., 1973), ou ainda, aumentos da FC, FR e temperatura corporal tão acentuados que yogues secavam seguidamente cobertores molhados com o próprio corpo enquanto meditavam no gelo (BENSON et al., 1990). Pesquisas recentes, no entanto, seguem um caminho distinto e investigam o que parece ser o suporte para tamanho grau de atenção: a respiração yoguica (pranayama) (ROLDAN & DOSTALEK, 1983, 1985; BHARGAVA et al, 1988; TELLES & DESIRAJU, 1991, 1992; RAGHURAJ et al, 1998; BROWN & GERBARG, 2005 1-2; JERATH et al, 2006).

Os yogues vêm utilizando o pranayama há milênios, visando dentre outros fatores, diminuir as FR, FC e direcionar a mente para um ponto específico, aumentando assim a concentração (IYENGAR, 2005). Porém, o interessante é ressaltar que esse subterfúgio utilizado e descrito pelos yogues e tido por muito tempo como sem fundamento, torna-se, com auxílio dos laboratórios científicos, evidência clara de sua eficiência em conduzir a mente a estados alterados de consciência acompanhados de sensações subjetivas de profunda paz e calma (Tebecis, 1975; Corby et al, 1978; ARAMBULA, 2001; BERNARDI, 2001).

Os indianos Visweswaraiah e Telles (2004) investigaram o efeito do pranayama, como terapia complementar em 73 pacientes que apresentavam sintomas avançados de tuberculose. Os pesquisadores dividiram os voluntários em 2 grupos: o primeiro foi submetido à prática de pranayama; e o segundo, passou por treinamentos de respiração consciente. Ao término da pesquisa, o grupo praticante de pranayama demonstrou sensíveis diminuições nos níveis de infecção, imagens radiográficas mais otimistas, aumentos na capacidade vital forçada (CVF) - índice este que representa o volume máximo de ar exalado com esforço máximo, a partir do ponto de máxima inspiração; além de ganho de peso corporal. Os pesquisadores concluem que a prática do pranayama possa servir como terapia complementar no tratamento de problemas respiratórios e/ou fraqueza na musculatura respiratória, como acontece com os lesados medulares, e doentes brônquico-obstrutivos.

Lazar e seus colaboradores (2000), no entanto, mapearam por ressonância magnética o cérebro de yogues em meditação kundalini, que consiste em passivamente direcionar a atenção na respiração e repetir silenciosamente uma frase em particular (mantra) durante a inalação, e um outro mantra na exalação (uma técnica de pranayama). Os resultados apontaram uma ativação maior de estruturas neuronais que podem envolver a atenção e o controle do sistema nervoso autônomo. Os autores chegaram a esta conclusão, estudando cinco sujeitos sem nenhum histórico de desordens mentais, que meditavam diariamente por pelo menos 4 anos. Durante a meditação pôde-se observar significantes alterações no fluxo sangüíneo de algumas estruturas cerebrais. Os autores enfatizam que os yogues em meditação direcionam sua atenção a uma tarefa específica, e segundo eles, este fato correlaciona-se com a diminuição da FR.

Além dessas pesquisas podemos citar muito mais trabalhos com o mesmo foco de averiguação, no entanto, Richard Brown e Patricia Gerbarg, foram mais fundo ao investigar os exercícios respiratórios do yoga e não se limitaram apenas em descrever os benefícios que essas técnicas podem proporcionar aos seus praticantes, mas construíram um modelo neurofisiológico do pranayama correlacionando-o com pesquisas sobre hiperventilação, respiração lenta, estimulação do nervo vago, meditação, teoria polivagal e observações clínicas.


POR DENTRO DA RESPIRAÇÃO DO YOGA (PARTE 2)

Ujjayi. O pranayama ujjayi aumenta a atividade parassimpática e a variabilidade da FC, estimula o tônus vagal, proporciona maior tolerância aos níveis de CO2 no sangue sem diminuir a FR, aumenta a resposta barorreflexa (pressão sanguínea) e adapta o organismo de seus praticantes a tolerar níveis de estresse e exercícios mais altos (BROWN & GERBARG, 2005). É lícito supor que este pranayama também estimule sobremaneira o córtex pré-frontal (CPF), pois os yogues mantém a atenção focada nos tempos de inspiração, retenção do ar, expiração e retenção sem ar durante toda a respiração ujjayi.

O aumento da resistência do ar inspirado/expirado, devido ao fechamento parcial da glote durante o ujjayi, resultam em maior variabilidade da FC e em arritmias respiratórias (apnéias espontâneas - kumbhaka) que são muito comuns nas pesquisas que averiguam as alterações respiratórias durante meditação (Wallace, Benson & Wilson, 1971; Khotari, Bordia & Gupta, 1973; Nayar, Mathur & Kumar, 1975; BERNARDI, 1998; SPICUZZA, 2000; FRIEDMAN & COATS, 2000; BERNARDI, 2001; Arambula et al., 2001). As arritmias respiratórias espontâneas, assim como a menor sensibilidade quimiorreflexa (aumento de CO2 sangüíneo sem elevação da FR) podem provocar uma maior dilatação dos alvéolos, que por sua vez, estimulam o nervo vago do tronco encefálico em comunicação com o tálamo, o sistema límbico e o córtex sensório-motor. Esses fatores atuando em conjunto parecem aumentar a atenção, a vigilância, liberar e inibir a secreção de alguns neurotransmissores e diminuir a ativação encefálica em algumas áreas do cérebro (Tebecis, 1975; Corby et al., 1978; TELLES & DESIRAJU, 1992; BERNARDI, 1998; FRIEDMAN & COATS, 2000; arambula et al., 2001).

Fokkema em 1999 publicou um artigo de revisão que possuía como foco a psicobiologia da respiração forçada e suas implicações cardiovasculares. Em circunstâncias de estresse, a tensão muscular e reflexa da laringe induz a uma forte redução na entrada de ar pela glote, resultando em prolongadas expirações e elevada pressão intratorácica. Como resultado, eleva-se sobremaneira a pressão sanguínea e aumento de CO2 no sangue (hipercapnia). O que esse autor intitulou de “respiração forçada” é muito similar com o que o yoga chama de pranayama ujjayi. Fokkema associou esse padrão respiratório com fatores sociais, de atenção, de expectativa e de ansiedade no comportamento defensivo de animais. Segundo ainda o mesmo autor o estímulo original para esse padrão respiratório deriva da área de vigilância do hipotálamo (núcleo dorsomedial). Este núcleo estimulado capacita o animal ao reflexo luta/fuga, tornando-o extremamente vigilante. Isso postula que o ujjayi possa ativar a aferência vagal no núcleo do trato solitário (CR) e enviar projeções do núcleo parabraquial ao sistema límbico, ativando as áreas de vigilância hipotalâmicas, resultando em maior atenção por intermédio do núcleo dorsomedial (FOKKEMA, 1999; BROWN & GERBARG, 2005A).

Em animais a respiração ujjayi ocorre espontaneamente quando o mesmo está em perigo e prepara-se para proteger a sua vida (FOKKEMA, 1999). Richard Brown e Patricia Gerbarg relataram que Fokkema observou este mesmo modelo respiratório (“respiração forçada”) ocorrendo naturalmente em crianças pequenas brincando com blocos de montar, resolvendo problemas e em adultos em momentos de estresse. Estas observações nos levam a associar esta “respiração forçada” em fatores que exigem atenção, expectativa ou ansiedade. Porém, durante o yoga essa respiração é auto-induzida e ocorre sem eminência de perigo. A experiência subjetiva depois da prática deste pranayama é de calma, mas as pessoas sentem-se alertas e atentas (BROWN & GERBARG, 2005 A,B).

Shirley Telles e Desiraju trabalharam em vários experimentos envolvendo tipos de pranayama e suas repercussões espirométricas e ergoespirométricas no Departamento de Neurofisiologia no Instituto Nacional de Saúde Mental e Neurociências de Banglore, na Índia. Em um de seus trabalhos eles apontam que o consumo de oxigênio (VO2) aumentou em 52% depois da respiração ujjayi com pequena apnéia (kumbhaka) no final da inspiração comparados com os valores pré-pranayama (TELLES & DESIRAJU, 1991). Esses mesmos autores perceberam que o kumbhaka associa-se com aumentos da FC, tanto na inspiração quanto na expiração. Isso pode sustentar a possibilidade de maior demanda parassimpática em todos os estágios de ujjayi (TELLES & DESIRAJU, 1992).




Escrito por Roberto Serafim Simões às 14h34
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POR DENTRO DA RESPIRAÇÃO DO YOGA (PARTE 3)

Bhastrika e Kapallabhati. O pranayama bhastrika parece determinar ativação do SNA ( Sistema Nervoso Autônomo ) e excitação do SNC ( Sistema Nervoso Central ), verificado em estudos com eletroencefalografias (EEG) (ROLDAN & DOSTALEK, 1983, 1985). A experiência subjetiva de excitação durante bhastrika mostra, assim como no ujjayi, estados emocionais calmos e com ativação mental de alerta (alerta/calmo). A prática diária de bhastrika fornece uma estimulação suave no SNS ( Sistema Nervoso Simpático )e também aumento em sua capacidade de resposta (BROWN & GERBARG, 2005A,B). Tanto bhastrika quanto o kapallabhati, duas técnicas de pranayama que se utilizam de expulsões fortes do ar pelas narinas conduzem seus praticantes a uma espécie de hiperventilação. A hipocapnia (diminuição de CO2 no sangue) provocada por essas duas técnicas suprimem a atividade do mesencéfalo reticular do tronco encefálico, que bloqueia outra entrada sensória não-vagal do tálamo. Com efeito, isto aumenta a dominância autônoma. A ativação do tálamo e a supressão da ativação reticular são associados com menores EEG durante hiperventilação, provocando estados similares à sonolência, porém com seus praticantes bastante alertas, levando-nos a reforçar a hipótese de uma ativação dupla simpático/parassimpático (BROWN & GERBARG, 2005A,B).

Segundo ainda alguns autores, suas pesquisas e observações mostram que os ritmos e intensidades diferentes de inspiração, expiração e retenção de ar criam uma variedade de estímulos múltiplos de aferências viscerais, receptores sensórios e barorreceptores. Isso provavelmente pode influenciar diversos grupos de fibras ligadas com o nervo vago, induzindo, hipoteticamente, mudanças fisiológicas nos órgãos, glândulas e fibras ascendentes do tálamo, sistema límbico e áreas corticais (PORGES, 1994, 2001; BROWN & GERBARG, 2005A,B; BEAUCHAINE et al, 2007; PORGES, 2007).



Eixo do estresse. Muitos trabalhos evidenciam que o SNP (Sistema Nervoso Parassimpático) é bastante ativo durante a prática do yoga. Sabemos que o SNP quando acionado aumenta sobremaneira o relaxamento e diminui a FC e FR (Wallace, Benson & Wilson, 1971; Khotari, Bordia & Gupta, 1973; Nayar, Mathur & Kumar, 1975; Arambula et al., 2001; Peng et al., 2004; Solberg et al, 2004). Com a queda da FC e FR, estimulamos bem menos o núcleo gigantocelular da formação reticular. Este núcleo secreta neurotransmissores inibitórios (GABA) ao lócus ceruleus, localizado na ponte. O lócus ceruleus é o responsável por liberar um outro neurotransmissor, que ao contrário do GABA, estimula ao invés de inibir o cérebro, conhecido como noraepinefrina (NE) para áreas sub-corticais, como o hipotálamo. O hipotálamo, por sua vez, é o local desencadeador do eixo do estresse, que no final de seu processo secreta cortisol pelas glândulas supra-renais, gerando estresse deletério em casos crônicos. Assim, podemos concluir que durante o pranayama, menos cortisol é liberado no sangue, fato este confirmado em algumas pesquisas que relatam não só a diminuição desse hormônio como a correlação da meditação com a diminuição do estresse e ansiedade (SCHMIDT et al, 1997; KOZASA, 2002; NEWBERG & IVERSEN, 2003), fato este que diminui ainda mais a FR fechando assim, um provável ciclo dentro do processo yoguico que o retro-alimentaria continuamente, elevando a atenção e direcionando a mente a um ponto específico, como a própria respiração do yogue.

Mais uma vez os cientistas envolvidos em pesquisas com pranayama destacam a importância clínica da respiração yoguica, pois indivíduos portadores de algumas doenças cardíacas, assim como disfunções respiratórias comumente presenciadas em lesados medulares, doentes brônquico-obstrutivo e pacientes com queixa de ansiedade e estresse são acompanhadas por hipóxia e hipercapnia. Essa população poderia beneficiar-se dessa prática, controlando voluntariamente suas dispnéias e melhorando assim sua qualidade de vida e bem-estar (ORNISH, SCHERWITZ & DOODY, 1983; WALTON et al, 1995; WALTON, SCHNEIDER & NIDICH, 2004).

É interessante frisar, no entanto, que na literatura escreve-se muito sobre o pranayama e seus benefícios, como descrevemos anteriormente, porém invariavelmente as pesquisas carecem de padronizar seus protocolos de exercícios respiratório, especificar qual técnica respiratória do yoga fora utilizada, além de deixar dúbio se os benefícios vieram do pranayama, da meditação ou do próprio estilo de vida dos indivíduos pesquisados. Por isso, é imprescindível que o pranayama empregado em trabalhos com o yoga seja muito bem claro e específico, para que outros pesquisadores possam também reproduzi-los em outras populações, comparar seus benefícios e disseminar essa técnica como terapia complementar alternativa na medicina.

Relação entre meditação e ondas cerebrais

Desde os tempos mais remotos da criação do universo, estamos crescendo, evoluindo, mudando num meio onde ritmo e caos se sucedem. O ritmo da vida evoluiu com o passar das eras.
Vivemos num ambiente eletromagnético onde cada flutuação perturba nossos campos eletromagnéticos. Impulsões viajam ao redor do planeta várias vezes por segundo entre a superfície e a ionosfera, mandando sinais de coordenação
para todos os organismos vivos.
Esses sinais nos ligam ao campo eletromagnético global. Esse campo é chamado de **Campo de Ressonância Schumann. Esse sinal se manifesta como um pulso, como o batimento cardíaco da Terra. O ritmo desse grande tambor ritma nossa
saúde e nosso bem-estar.
Sem perceber, estamos imersos nesse batimento gigante, onde nossos ritmos estão tentando se adequar para nossa sobrevivência e evolução. Tem uma relação entre a Terra, nosso corpo e espírito. O campo isoelétrico de baixa
freqüência da Terra, o campo magnético terrestre e o campo eletrostático que emana de nosso corpo são imbricados - sobrepostos. Nossos ritmos internos
interagem com os ritmos externos, modificando nosso equilíbrio, nossa saúde, nossa concentração mental.
Mas provavelmente as ondas da Ressonância Schumann participam na regulação de nosso relógio biológico, atuando sobre os ciclos de sono e sonho, modificando as secreções hormonais.
O físico finlandês Matti Pitkanen acha que até nossa vida consciente é modificada pelos campos magnéticos planetários e interplanetários. O avanço dos estudos dele permitiu essa conclusão: as microondas e as ondas de rádios
têm uma influência sobre a nossa biologia, o nosso equilíbrio e até nas interações mentais com os outros. O físico explica que nossos neurônios, quando animados por sinais coerentes, produzem ondas maiores na superfície
do cérebro.
Estudos mostram que pessoas isoladas dos ritmos eletromagnéticos do universo têm irregularidades crescentes e ritmos fisiológicos caóticos. De maneira surpreendente, esses são ajustados novamente por campos elétricos baixos de 10 Hz. Até os astronautas americanos tiveram essas manifestações ruins de isolamento dos ritmos cósmicos até instalar geradores de Ressonância Schumann nas naves espaciais.
Por quê? Nossas células precisam dessa freqüência, dessa música, para se alinhar e manter nossa saúde. Essa música, que era de 7.8 HZ em torno dos anos 50/60 passou para 11 Hz***.
Qual é a relação com o yoga?
Quando paramos nossas atividades voltadas para o mundo interno, quando a agitação externa pára, quando a mente fica mais tranqüila, mudamos o tipo de ondas produzidas pelo cérebro.
- Ondas Beta: entre 13 e 40 Hz no estado normal de vigília, são associadas às atividades que requerem uma certa concentração;
- Ondas Alpha: entre 7 e 13 Hz, presentes no estado de sonho e na meditação leve, quando os olhos estão fechados. Essas ondas pulsam através de todo o córtex cerebral;
- Ondas Theta: entre 4 e 7 Hz no estado de sono, mas também nos estados de meditação profunda. Durante os sonhos lúcidos somos receptivos às informações além da nossa consciência normal;
- Ondas Delta: entre 0 e 4 HZ, presentes durante o sono muito profundo. Foi observado que o hormônio de crescimento (melatonina) fica estimulado durante esse período. Esse hormônio é propício à cura e à regeneração dos tecidos;
Durante o estado de meditação, o hipotálamo pode se impregnar dos ritmos do universo sem ser perturbado por nossas emoções, nem nossos pensamentos. O hipotálamo é o maestro de todas as atividades fisiológicas, recebendo as
informações do meio interior e exterior ele monitora a produção das secreções hormonais e o sistema neurovegetativo.Um dos efeitos da meditação é aquietar a mente. A definição do sábio Patanjali para o Raja Yoga, o ponto mais elevado do yoga, é "pacificar os turbilhões da mente". O método de meditação é instalar 'a livre impregnação do cérebro', que podemos até chamar de 'silêncio talâmico', ou seja, silenciar os neurônios.
Assim, o cérebro é engrenado pelos ritmos geofísicos naturais. Essa música ou 'magneto-recepção' é transmitida ao hipotálamo.

Meditação profunda e ondas mentais
O estado de meditação profunda modifica as ondas mentais. As ondas dos ritmos alfa e theta percorrem o cérebro todinho e, assim sendo, possibilitam que o ser humano entre em contato com o planeta... por ressonância.
Os seres humanos são ligados intuitivamente a essa fonte de informação. Os povos 'primitivos' sabiam como se harmonizar à musica da Terra. Os transes com músicas rítmicas, tambores, movimentos de balanço são verdadeiras
técnicas de fine tuning (ajuste) com as forças cósmicas.
O yoga através dos exercícios de meditação, ajuda na harmonização do ser humano com os ritmos do universo. Assim sendo, ele facilita a manifestação de todos os ritmos do corpo: respiração, batimento cardíaco, etc. Deixar
essas informações impregnar o ser humano, é permitir o equilíbrio natural das forças que contribuem para o nosso equilíbrio total.
Com a meditação, podemos deixar nossos sistemas se impregnar dessas informações começando pela própria música do nosso coração... Até a voz da Terra. Deixar essas forças trabalharem em nós, é permitir acompanhar a evolução do nosso planeta até as mudanças mais extremas.
O corpo humano percebe boa parte dos ritmos do universo pelas informações que chegam à retina.
Estamos mergulhados numa 'sopa eletromagnética' em permanência. Essa sopa é composta de ingredientes cósmicos e de ingredientes decorrentes do nosso
avanço tecnológico: ondas de radio, televisão, freqüências de telefones celulares, microondas, etc.
Talvez a prática do yoga estabilize as ondas mentais e faça uma boa prevenção para a saúde do nosso cérebro. A meditação cria uma harmonização com os ritmos profundos do universo, começando pelo interior, acoplando batidas do coração à respiração.
Pode acontecer que os flashes repetidos do laser modifiquem o comportamento, rompam o equilíbrio. Esse desequilíbrio pode até transformar qualquer um em Mr. Hyde, agressivo e violento.
Publicada por amo a poesia em Sexta-feira, Outubro 26, 2007
Autor Nicole Witek