Bem Vindos !!!

Aqui voce vai encontrar matérias bem interessantes sobre YOGA, MEDITAÇÃO, ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, ESTUDO DE VEDANTA, SISTEMA TERAPEUTICO AYURVÉDICO E QUÂNTICO, em mídia escrita, fotos e vídeo.

Espero que traga LUZ e possa ser útil para todos !!!

NAMASTÊ !!!

Paulo Roberto

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Yoga e Fé

Yoga e Fé

Posted: 25 Dec 2009 11:00 AM PST

Padre Zezinho
» por Padre Zezinho (1941-)

Entre os dias 3 e 6 de setembro de 1998 foi realizado, no Rio de Janeiro, o IX Congresso Brasileiro de Yoga. Entre as atividades realizadas, houve uma mesa redonda sobre Bhakti Yoga, onde representantes de várias correntes religiosas se encontraram e discursaram maravilhosamente sobre a vida espiritual e a relação com Deus. O Padre Zezinho, não podendo comparecer, enviou – para ser lido – o fax transcrito a seguir.

Muita gente me pergunta se um cristão pode praticar Yoga, que muita gente inadvertidamente identifica com religião ou filosofia estranha. Não falta, inclusive, quem combata o Yoga como caminho que, segundo eles, pode afastar alguém da fé.

Dou meu depoimento como padre católico. Aprendi o Yoga, e num tempo em que precisei de maneira especial dessa disciplina para superar extrema tensão e cansaço. As leituras dos livros do professor Hermógenes, a quem mais tarde conheci e a quem muito prezo, foram, sem sombra de dúvida, um caminho que até hoje me devolvem o controle de mim mesmo em situações difíceis. Com a Bíblia, tornaram-se meu jeito de trabalhar mais sem somatizar demais.

Em nenhum momento, ninguém nem livro algum de Yoga me influenciou negativamente ou desviou minha fé em Jesus e na minha Igreja. Só cresci com essa disciplina.

Hoje, quando me perguntam sobre o Yoga, digo que é um conceito de vida rico de sabedoria, não importa de onde ou de quem tenha vindo, porque sei que nele está o dedo de Deus. Distingo entre o Yoga e algum divulgador que possa trair a disciplina. O verdadeiro mestre de Yoga é como o verdadeiro pregador do Cristianismo. Oferece um caminho e respeita os passos e a direção de quem o ouve. Se alguma vez o Yoga influenciou algum cristão, imagino que não tenha sido para o erro. A pessoa provavelmente já estava confusa. Yoga e Cristianismo são duas disciplinas que só me fizeram bem. Continuo pregador sereno e fiel à minha Igreja e tudo o que li e aprendi jamais me levou ao conflito. Fiz minhas escolhas como S. Paulo, que soube aprender e até elogiar outras culturas.

Cristãos serenos aprendem com a serenidade dos outros. Os menos serenos procuram com lente de aumento os defeitos dos outros e fazem de tudo para não aprender. Gostam muito de ensinar, mas negam-se a aprender. E isso não deixa de ser um tipo de fanatismo. Nunca tive dificuldade em assimilar o que é bom de todas as filosofias e práticas de outros povos. Nunca foi preciso fazer concessões à minha fé em Jesus.

Quando alguns católicos me perguntam se podem praticar Yoga, pergunto se alguma vez já jogaram futebol ou fizeram ginástica. Respondem que si. Assimilaram essas atividades e nem por isso deixaram de ser cristãos. Lembro que o Yoga tem conceitos vindos de outras culturas, mas que podemos tranquilamente adaptar ao nosso modo cristão de ver a vida. O Cristianismo tem muito a ensinar, mas tem muito aprender com outras culturas. Ser evangelizado subentende isso. Saber elogiar as flores dos outros e até plantá-las no próprio jardim. O Yoga é uma dessas riquezas que fazem bem, quando a cabeça é boa e o coração sereno.

O mundo está cheio de gente sábia. O professor Hermógenes e seus amigos sabem o quanto eu respeito a sua sabedoria. O mundo teria mais saúde física e mental se os ouvisse.

Que Deus os ilumine!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

CAMINHOS DO YOGA - TEREZA FREIRE - VER O 1o. VÍDEO DO BLOG

Tereza Freire
Professora de Yoga, locutora e historiadora conta os ensinamentos que a prática lhe proporcionou
11/08/2009





Por Natália Dourado

EY: Quando ocorreu seu primeiro contato com o Yoga? Como aconteceu?

Comecei a praticar em 1999, na Competition, por curiosidade e com todos os preconceitos do mundo. Na primeira aula, eu já me rendi. Descobri que era isso que eu estava procurando e, como muitos ocidentais, fiquei seduzida pelo aspecto físico do Yoga. O espiritual veio depois. Acabei descobrindo um caminho sem volta.

Há quantos anos você pratica Yoga? E há quanto tempo você dá aula?

Pratico há 10 anos e dou aulas há 3. Fiz curso de formação com o Pedro Kupfer , pensando que seria apenas por diletantismo, mas fiquei tão fascinada que resolvi compartilhar o conhecimento que adquiri.

Quais as principais recomendações que você dá para seus alunos que desejam se aprofundar na prática?

Asana é apenas o caminho e não o fim. Yoga tem muito mais para oferecer. Faça cursos, retiros, estude e procure a companhia de quem pratica há mais tempo que você.

Sua formação é em Hatha Yoga e especialização em Sattva Yoga. O que te atraiu em cada estilo e o que aprendeu de mais relevante em cada um deles?

A formação do Pedro Kupfer é completa. Ali se aprende muito mais do que a parte física do Yoga. Com ele, entrei em contato com Vedanta e mudou totalmente o sentido da minha prática. Já o Sattva Yoga veio depois. Eu estava com problemas sérios nas costas e em um workshop com o Gustavo Ponce, fiquei encantada com a prática e fui ao Chile estudar com ele. Fiz também uma formação que considero fundamental com a Susan Andrews. Uma pessoa muito forte, apesar da aparência doce e frágil. Com ela, aprendi que Yoga é um caminho sem volta e que “There’s no free lunch”, ou seja, estamos nesta vida para trabalhar.

Quem são seus mestres? O que eles te ensinaram que você colocou em prática na sua vida?

Acho que ainda não devo estar pronta, pois o mestre ainda não apareceu. Respeito vários mestres, entre eles Amma e Swami Dayananda. Com Amma, tive uma epifania. Diante dela, senti o mundo se dissolver e isso é muito forte. Respeito todos os professores que tive porque foram eles que me ensinaram e me inspiraram neste caminho. E cada vez mais, percebo que o mestre é você mesmo porque os professores nos ajudam a tirar o véu da ignorância, mas o bom mestre quer que você siga o seu caminho.

De que maneira o Yoga transformou a sua vida?

Completamente! Tanto que me tornei professora. Porque senti na pele a força deste ensinamento e quis dividir com os outros por pura gratidão.

Você é historiadora, locutora e já aliou a prática de Yoga com seu trabalho quando escreveu e dirigiu o documentário Caminhos do Yoga, em parceria com a jornalista Daisy Rocha. Como foi essa experiência?

Este filme foi um presente que o Yoga me deu e só aconteceu graças a Daisy, que produziu e viabilizou todo o projeto. Eu estava começando a prática e essa imersão na cultura hindu me levou a lugares de mim mesma que eu nem sabia que existiam. Acho que isso aparece no filme. Não é um documentário de um expert e sim de uma aspirante, de alguém que olha sem julgar. Talvez essa seja a riqueza de Caminhos do Yoga.

Para fazer o documentário, você viajou para a Índia. Foi a primeira vez que você esteve nesse país? O que mais chamou sua atenção?

Foi a primeira vez que fui e ainda não voltei. Pretendemos fazer outro documentário no sul da Índia com a mesma equipe. O que me chamou a atenção foi o fato de a filosofia estar completamente integrada na cultura deles; não é algo distante e acadêmico como no ocidente. E as pessoas são o mais bonito retrato da Índia.

Há planos para unir produção de DVD e Yoga novamente? Você continua atuando como locutora também?

Fui convidada para fazer a locução do DVD da Prana Yoga Journal, o que me honrou muito, pois sou fã da revista e pela possibilidade de juntar os dois trabalhos que faço. E sim, continuo fazendo locuções; é um trabalho maravilhoso que não me toma muito tempo e me permite praticar e dar aulas. As locuções permitem que eu dê apenas uma aula por dia. Dou aulas na escola Satya Mandir Yoga.
Você dá aulas na Mata Atlântica, onde também cultiva alimentos orgânicos e ervas medicinais. Onde é o local e como são as aulas?
Casa Crudo, é este o espaço na Mata Atlântica que é um projeto de vida. Um lugar muito especial para onde vou todos os fins de semana. Cultivar os alimentos que como tornou-se uma prioridade e quero dividir este prazer com amigos e alunos. Lá, praticamos, fazemos caminhadas, colhemos o que vamos comer e preparamos juntos as refeições. No fim da tarde, fazemos massa de pizza e, à noite, acendemos o forno à lenha e abrimos um bom vinho porque ninguém é de ferro. Costumamos dizer que nossa alimentação é sem crueldade, porque o termo vegetariano ainda assusta muita gente, o que é uma pena.

Você acha imprescindível ser vegetariana para praticar Yoga?

Não acho que seja imprescindível ser vegetariano para praticar, mas se você se aprofundar, verá que não faz o menor sentido ser cúmplice de uma indústria suja e predadora. Parei de comer carne por convicção política e espiritual, mas tem pessoas que precisam comer carne por recomendação médica. Se fosse o meu caso, eu trocaria de médico.
Quais são seus próximos projetos?

Estou escrevendo um blog chamado Yoga na vida e quero transformar esta experiência em livro. Quero também fazer retiros, como o que farei no fim de setembro em Maresias e participar dos retiros dos amigos. E a curto prazo, participar do Sangam e ficar em Mariscal para o módulo três do curso do Pedro Kupfer. Além disso, agora que estou com estúdio de voz em casa, pretendo gravar livros de yoga para deficientes visuais e claro, estudar vedanta na Índia!

Para saber mais sobre Tereza Freire visite:

http://yoganavida.blogspot.com

www.satyamandiryoga.com.br

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

UM OUTRO JEITO DE CURAR !!!!

A medicina convencional, baseada na alopatia, no combate aos sintomas e em intervenções de modo geral agressivas ao organismo do paciente, está aos poucos perdendo a sua posição hegemônica nos países ocidentais. Surpreendida pela revolução comportamental que varreu o Ocidente nas últimas décadas do século XX, questionando vários dos princípios iluministas que regem a cultura européia – e seus herdeiros nas Américas –, a medicina convencional passou a dividir espaço com a homeopatia, a acupuntura, a ioga, a meditação e dezenas de outras práticas terapêuticas não-invasivas, quase todas de origem oriental, antes confinadas entre nós ao terreno do curandeirismo.

Chame-se a isso de medicina alternativa ou complementar, integrativa ou holística, a verdade é que algo está mudando numa área vital para as pessoas: a manutenção da saúde. E a tendência de mudança não reflete apenas o interesse dos indivíduos por tratamentos mais suaves e com menos riscos de efeitos adversos. Há aí também indícios de uma abertura em direção a um novo paradigma científico, cujo impacto na maneira de o homem lidar com a medicina, com as doenças e com sua própria vida promete ser avassalador.


A velocidade com que as coisas estão acontecendo espanta. Atualmente, 75% das escolas de medicina dos Estados Unidos oferecem cursos de especialização em terapias alternativas ou desenvolvem estudos sobre o tema. Calcula-se que metade dos 270 milhões de americanos costuma recorrer a algum tipo de tratamento não-convencional, o que representa um enorme fator de pressão sobre os prestadores de serviços de saúde. Sem falar nos lucros de um mercado que se constrói à margem da medicina convencional e que já movimenta 30 bilhões de dólares por ano nos Estados Unidos. É o próprio governo americano, através do Instituto Nacional de Saúde (NIH), um órgão equivalente ao Ministério da Saúde no Brasil, que comanda um mutirão de pesquisas para medir a eficácia dessas terapias. Na Inglaterra já há hospitais formados apenas por homeopatas e o Canadá acaba de tornar-se o primeiro país das Américas a reconhecer a medicina tradicional chinesa como especialidade médica e a autorizar a formação regular de profissionais nessa área.

O fenômeno se repete no Brasil, ainda que em menor escala. O país possui cerca de 14 000 médicos homeopatas, 48 vezes mais do que há duas décadas, quando a homeopatia foi reconhecida como especialidade médica pela Associação Médica Brasileira. Mais de 5 000 médicos se dedicam à acupuntura no país, outra terapia alternativa só há pouco elevada à condição de especialidade médica. Da mesma forma, sob o pretexto de debater a humanização da medicina, cresce o número de médicos alopatas, formados à luz da medicina oficial, que promovem reuniões discretas e encontros públicos nos quais as terapias alternativas são apresentadas como métodos substitutivos de tratamentos baseados em drogas e cirurgias. “Está na hora de admitirmos que existem outras formas de curar doenças”, diz a cardiologista Diana Ribeiro Dantas, que coordenará o próximo encontro, a ser realizado em Natal, no mês de junho.

O adjetivo holístico é, com certeza, o que melhor expressa a natureza desses novos tipos de cura. O holismo é uma teoria que vê o homem como um todo indivisível, impossível de ser explicado como se seus componentes físico, psicológico e espiritual pudessem existir separadamente. A medicina holística é, assim, a antítese do modelo biomédico, mecanicista, que se concentra no estudo isolado das partes da “máquina” humana e dos processos químicos específicos que a fazem funcionar. Diante de um doente qualquer, um terapeuta holístico subestimará a classificação da doença, voltando a atenção para o estilo de vida do doente, suas relações sociais, seu estado emocional, sua alimentação. Esse processo de interação com o paciente faria toda a diferença. As entrevistas demoradas, um traço marcante da medicina alternativa, transformam consultas simples em verdadeiras sessões de terapia psicológica nas quais laços de confiança e afeto unem o doente ao terapeuta.

As principais terapias holísticas compõem o repertório de recursos da medicina tradicional chinesa e da medicina ayurvédica, da Índia, com seus sistemas inspirados no taoísmo e no hinduísmo. A grande exceção é a homeopatia, criada pelo médico alemão Samuel Hahnemann no século XVIII. A rápida expansão de todas elas, no entanto, só foi possível depois que algumas descobertas da ciência, no século XX, proporcionaram outro tipo de sustentação às idéias holísticas.

“As teorias da física quântica, dos sistemas auto-organizadores e da psicologia transpessoal demonstraram, com as próprias ferramentas da ciência cartesiana-newtoniana, que somos parte de algo mais vasto que os nossos organismos”, afirma o neurocirurgião fluminense Francisco di Biase. Ele é um dos autores do livro Science and The Primacy of Consciousness (A ciência e a primazia da consciência), em parceria com especialistas americanos em física quântica e psicologia transpessoal, ainda inédito no Brasil. O grande aval foi dado pela teoria quântica, ao demonstrar que as unidades subatômicas da matéria são abstratas e podem se apresentar ora como partículas, ora como ondas. Tais padrões dinâmicos, segundo a teoria, formam as estruturas estáveis que constituem a matéria e lhe conferem o aspecto sólido, no nível macroscópico, que percebemos a olho nu. Ou seja: tudo o que enxergamos, inclusive nossos corpos, seria resultado da condensação de energias, padrões dinâmicos imateriais. Uma explicação muito semelhante à cosmovisão de antigas doutrinas místicas.

“É bobagem”, rebate o neurofisiologista Renato Sabbatini, da Unicamp. “Os princípios da mecânica quântica só se aplicam ao mundo subatômico e não existe nada que comprove efeitos quânticos na consciência e nas estruturas macromoleculares.” Verdade? “Sim, mas só em parte”, treplica o indiano Harbas Lal Arora, doutor em física pela Universidade de Waterloo,


A medicina holística movimenta 30 bilhões de dólares por ano nos EUA

no Canadá, e terapeuta holístico com atuação em hospitais de Fortaleza. O próprio Einstein, autor da equação que demonstra que a matéria é energia condensada, no último ano de sua vida, segundo Harbas, admitiu a existência de formas de energias sutis que ainda não podem ser medidas diretamente mas que são muito poderosas. Tais energias, deduz Harbas, manifestar-se-iam, entre outras formas, como emoções, sentimentos, vontades e intuições. E seus efeitos no corpo poderiam ser mensurados por meio de mudanças nas ondas cerebrais, nos ritmos respiratório e cardíaco e nas secreções glandulares. “São energias que atuam no nível subatômico. Seus campos transcendem as limitações do espaço, do tempo e das energias físicas. E elas têm extrema relevância nos estados de doença, saúde e bem-estar”, diz Harbas.

Ao espetar agulhas em pontos estratégicos do corpo, um acupunturista chinês se propõe desbloquear as trilhas, conhecidas como meridianos, por onde fluiria a energia vital, o chi. Um médico convencional dirá que ele apenas estimula pontos especiais do sistema nervoso capazes de provocar a liberação, pelo cérebro, de endorfinas, neurotransmissores de ação sedativa cujas moléculas se assemelham às da heroína. Já a homeopatia, aos olhos da medicina convencional, não conta com explicações plausíveis. A tese homeopata parte do princípio de que qualquer mal pode ser curado por uma substância vegetal ou mineral que produza em um homem são o mesmo sintoma da doença (exatamente o oposto do que faz a alopatia), mas, nesse caso, utiliza-se apenas a quintessência do princípio ativo, ou seja, a sua energia.

“Medicina alternativa é apenas o nome politicamente correto para o que normalmente chamamos de fraude”, diz Leon Jaroff, ex-editor da revista americana Discover, especializada em ciência. O rápido crescimento da medicina alternativa e a livre prática de suas modalidades, de fato, trazem embutido o risco do surgimento de picaretagens ou, no mínimo, de esquisitices como a urinoterapia, que consiste em o paciente beber a própria urina, um excremento rico em toxinas. Só que, de um lado, há doutrinas orientais com milhares de anos de eficácia. E, de outro, até defensores ferrenhos da medicina alopática admitem que as terapias holísticas produzem, sim, um benefício, mesmo que não exatamente por causa de suas propriedades intrínsecas.

“O que funciona é o efeito placebo”, afirma Renato, numa referência aos resultados obtidos com grupos de controle em pesquisas de medicamentos alopáticos. Tais indivíduos, tratados com substâncias sem ação específica sobre os sintomas da doença, como pílulas de farinha e açúcar, acabam apresentando sinais de melhoria simplesmente por suporem estar recebendo o remédio real. “A crença do paciente no tratamento é fundamental e sabe-se, hoje, que ela responde por 50% da eficácia de qualquer medicamento, inclusive antidepressivos”, diz Renato.


“Está na hora de admitir que há outras maneiras de tratar as doenças”

O assunto ganhou tamanha importância no meio científico que o NIH promoveu, em novembro passado, um painel com cientistas das principais universidades americanas com o único propósito de debater a adoção de placebos na rotina médica. Seria um meio de evitar o uso excessivo ou desnecessário de drogas. “O efeito placebo é uma conseqüência da participação do estado psíquico na cura do paciente, o que nos leva a inferir que a saúde física resulta do bem-estar psicossomático. Infelizmente essa interrelação entre corpo e mente é praticamente desprezada na medicina convencional”, afirma Harbas.

Holistas como o psicólogo Giulio Vicini, membro da equipe que implanta, no Senac de São Paulo, um curso de graduação em medicina tradicional chinesa, e a especialista em alimentação e educação Hildegard Richter prevêem que a medicina do futuro será totalmente “vibracional”, baseada nas energias sutis e nos processos psíquicos. Mas, a médio prazo, o que se espera é uma composição entre sistemas médicos divergentes. “A medicina acadêmica e a medicina alternativa não são antagônicas, mas complementares”, lembra o homeopata paulistano Antonio César Ribeiro Deveza da Silva. O único receio de boa parte dos terapeutas holísticos é que a medicina oficial acabe assimilando as terapias alternativas, adaptando-as ao modelo biomédico e restringindo seu exercício aos médicos. “Isso desfiguraria por completo aspectos terapêuticos que são parte de um sistema coerente”, afirma Eduardo Alexsander Amaral de Souza, terapeuta oriental e reichiano no Rio de Janeiro.




PARA SABER MAIS

Na livraria:
Reclaiming Our Health,
John Robbins, HJKramer, Estados Unidos, 1996

O Ponto de Mutação,
Fritjof Capra, Cultrix, 1999

The Placebo Effect,
Anne Harrigton, Harvard University Press, Estados Unidos, 1999

O Homem Holistico,
Francisco di Biase, Vozes, 2001

Na internet:
http://nccam.nih.gov/
www.nib.unicamp.br/publ.htm
http://www.taps.org.br/biblio.htm

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

YOGA E QUIMIOTERAPIA

Como o yoga pode ajudar na quimioterapia?
por Nicole Witek


Yoga é unir. Unir todas suas forças para recuperar a saúde, o equilíbrio. Unir todos os níveis do ser para reconstruir uma saúde forte, unir voluntariamente as forças atuando dentro do ser... é a isso que o yoga se propõe.

As *estatísticas mostram que o câncer é uma doença que tem múltiplas causas, que muitas vezes é ativada depois de um choque emocional. Ou ao contrário, que se desencadeia depois de um longo processo de desconforto emocional. Estatísticas apavorantes apontam que, uma em cada quatro pessoas, desenvolverá algum tipo de câncer durante sua vida.

Infelizmente, quando o câncer está declarado, instalado é necessário aliar todos os recursos para encontrar a cura através de terapia psicológica, remédios alopáticos, quimioterapia.

Mas já há três décadas, o oncologista e radio terapeuta americano **Dr. Carl Simonton utilizava, além das técnicas acadêmicas e das psicotecnologias, a meditação e a visualização voltadas para a cura.

O Dr. Simonton evidenciou certos componentes que podem influenciar positivamente o tratamento. Esses recursos vasculhados e pesquisados no século passado, fazem parte da ‘caixa de ferramentas do yoga’.

O yoga pode ajudar como complemento do tratamento. Antes da quimioterapia e depois. Como?

Estamos acostumados a contar com nossos recursos mentais. A palavra “mentais” se refere unicamente aos recursos intelectuais. Isso é uma pena. Esquecemos que existem outras partes em nós, que representam 90% de nossos recursos cerebrais.

Podemos aliar forças profundas que existem em nós para nos ajudar a curar. As forças de recuperação do corpo jazem num nível profundo do nosso ser, onde nossa parte consciente tem pouca eficácia.

Quando estamos conscientes, acordados, e principalmente, quando a doença está tomando conta de nossas emoções, é difícil pensar numa cura. E provavelmente o que se sobressai é justamente o contrário: a possibilidade de morrer.

Podemos driblar essa nossa parte que vê o resultado letal da doença, usando nossa mente voluntariamente e com confiança para despertar, acordar nossas forças de cura.

Aliar essas forças profundas passa pela visualização ativa e ‘sentida’. Os recursos da imagem mental fazem parte da ‘caixa de ferramentas’ dos yogis desde o inicio do homem. Esse processo começa pelo relaxamento. Sem relaxamento, a imagem mental não atravessa certas barreiras do consciente e fica assim com pouco efeito.

Primeiro passo: relaxamento consciente

Usar recursos para favorecer o relaxamento é simples. Criar um clima propiciando o estado de pré-sono, com luz baixa, preparar o lugar para não ser perturbado pelos barulhos ou pelas conversas, enfim todos os recursos que podem nos aproximar de um estado de sono.

Segundo passo: ocupar a mente intelectual

Para conseguir ocupar a mente racional e intelectual, podemos prestar atenção à respiração, e enquanto o intelecto está ocupado em vigiar a respiração, podemos também fazer expirações mais lentas e compridas para amansar nosso sistema nervoso autônomo.

Se fosse em estado de vigília normal, teríamos milhares de objeções que viriam perturbar o funcionamento ideal do corpo. O relaxamento profundo ajuda a ‘pular’ por cima de nosso sensor que define em que acreditar e não acreditar.

Terceiro passo: ativar uma imagem

Ao mesmo tempo vamos ativar nosso cinema interno. O nosso inconsciente justamente é a parte de nós que sabe muito bem tudo que acontece em todos os níveis do nosso ser e que vigia nossas funções dia e noite sem falhar. Bom, mas enfim, essa parte nossa funciona com imagem. Ela não entende palavras. A linguagem que nossa inteligência profunda entende é o símbolo ou a imagem, ainda com a condição que essa imagem seja carregada de emoção.

‘Pensar positivamente’ não é suficiente. A emoção é o fator mais importante da visualização: tem que ter emoção para que as células sejam ‘ativadas’ pelo nosso recado.

Imagine um cenário como esse: imagine-se na frente de seu médico e que ele fala para você que você está apresentando todos os sinais de cura. Faça com que essa cena seja mais autêntica, e sinta a alegria do seu médico e a sua alegria, e a alegria das pessoas que o amam, autêntica, profunda... Faça com que essa emoção tenha tempo de impregnar todos os níveis do seu ser: fisica e psicologicamente. Que essa emoção seja vivida!

Esse simples exemplo pode ser modificado, dependendo do momento que você mais precisa da ajuda da sua força interna.

Prática

A imagem ou o cenário escolhido é de cada um. É necessário encontrar cenas que têm um dinamismo emocional positivo antes de entrar no relaxamento.

Instalando o corpo de maneira a favorecer o estado de relaxamento profundo, vamos prestar atenção a cada parte do corpo com a intenção de entregá-la às forças profundas de recuperação.

Cada parte do corpo vai ser mencionada mentalmente, imaginada e entregue à inteligência do corpo.

Terminando esse percurso do corpo, preste atenção à respiração e alongue as expirações.

Deixe aparecer, como se fosse num sonho, o cenário escolhido:

Em estado de relaxamento, vamos imaginar nossa própria cura. Podemos usar um cenário antes da quimioterapia para ajudar as células a agüentar os produtos que vão ser injetados, e um outro cenário depois da terapia para ajudar o corpo e recuperar a força e o equilíbrio.

Enfim, quanto mais a visualização for personalizada, mais os efeitos serão profundos.

Quando terminar?

Não tem duração imposta. Depende simplesmente do seu próprio conforto.

Quantas vezes por dia?

Cada vez que você tem uma oportunidade para descansar; em vez de deixar a mente intelectual vagar para o negativo.

Última recomendação

Fortalecer a confiança nos seus recursos profundos, fortalecer o vinculo de amizade entre seu consciente e seu inconsciente, onde se constrói a cada minuto, sua perfeita saúde.

Aproveitar todas as oportunidades para “falar” com simplicidade para cada parte do corpo. Frases simples como “sei que agora meu corpo, você está cansado, mas já já, sua energia vai subir de novo, e vamos juntos ficar em boa forma”.

Considerações finais

**O Dr. Simonton em 1978 disse: “Procurei os meios para mobilizar as forças internas. Os métodos elaborados com meus colegas modificaram a atitude dos pacientes e suas respostas ao tratamento médico. Todos os nossos pacientes em estado avançado sobreviveram em média duas vezes mais que os outros pacientes. Continuar a ignorar o papel da mente e das emoções na recuperação – apesar das provas médicas que já existem – é uma forma de charlatanismo, pois estaremos ignorando técnicas que já deram as provas. A questão atual não é a de saber se a mente influencia o resultado final do tratamento. Agora o importante é saber como direcioná-la para que influencie o resultado final do tratamento, de uma maneira eficiente”

A visualização é uma ferramenta do yoga. Suas técnicas já foram exploradas e simplificadas ao máximo para sua maior eficácia. É para ser usada em todas as oportunidades, mesmo nas mais dramáticas. É principalmente nessas circunstâncias que nosso corpo precisa de toda a ajuda da nossa mente. Unificando...

*Estatísticas do Centro Hospitalar - Universidade de Montreal - Canadá

Mostram que a prática do Yoga ajuda a melhorar a qualidade de vida em mulheres que sofrem os primeiros estágios do câncer de mama.

Elas podem até mesmo fazer exercícios enquanto recebem quimioterapia.

Segundo a Universidade de Alberta, no Canadá, abraçar o yoga beneficia o estado físico e a auto-estima.

Além disso, o estudo determina que as posturas ajudam a completar o tratamento da quimioterapia,

Possivelmente devido ao aumento do nível de glóbulos brancos.

Outro fator importante para o bom resultado dos tratamentos é a mudança geral no estilo de vida das pacientes.

Viver bem é questão de saúde, e é para já.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

APRENDA A RELAXAR PARA VIVER MAIS E MELHOR

Entrevista com Jóris Marengo, professor de ioga e consultor de empresas.

A respiração é a chave para se alcançar um estágio de relaxamento profundo. Mas a respiração precisa ser abdominal, que evita a hiperventilação e consequentemente a ansiedade.


Relaxar é muito mais do que se encostar no sofá para assistir à tevê ou ler um livro. Também não significa dormir. Segundo o mestre iogue Swami Satyananda, para que o processo de relaxamento seja completo, é preciso estar consciente. Foi ele o responsável por trazer para o Ocidente o ioganidra, técnica de relaxamento físico, emocional e mental de origem tântrica.

Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Marcelo Elias/Gazeta do Povo / O instrutor Arthur Costi: domínio da técnica exige prática e repetição Ampliar imagem

O instrutor Arthur Costi: domínio da técnica exige prática e repetição

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Passo a passo

Segundo o instrutor e diretor do Uni-Yôga Centro Cívico, Ricardo Poli, o ioganidra é apenas uma das práticas do ioga, e é geralmente realizado antes ou depois da aula. “Embora seja muito eficiente de forma isolada, o ioganidra tem resultados ainda melhores quando associados às outras práticas, usadas para desenvolver força, flexibilidade, tônus muscular e alongamento. Ele costuma ser usado como ferramenta para assimilação das aulas ou como preparação para a meditação”, explica. Confira as principais etapas da técnica:

1 Preparo – deite-se de costas sobre uma cama ou um tapete, com as pernas e os braços afastados do corpo. As palmas das mãos devem estar viradas para cima. Permaneça com os olhos fechados do começo ao fim da prática.

2 Respiração – preste atenção em sua respiração. Ela deve ser exclusivamente nasal. Expanda os músculos do abdômen na inspiração e contraia na expiração.

3 Entrada – preste atenção em cada região do seu corpo e procure soltar músculos, nervos, articulações e ossos, dos dedos dos pés ao couro cabeludo. Permaneça sempre consciente e procure filtrar os ruídos externos. Concentre-se apenas naquilo que você quer ouvir.

4 Utilização – visualize objetivos específicos. Aproveite o momento para projetar o futuro. Imagine onde você gostaria de estar e o que gostaria de estar fazendo daqui a um ano, como se fosse hoje. E pense em uma ação que você poderá fazer a cada dia para alcançar estes objetivos.

5 Retorno – para finalizar a técnica, ative os cinco sentidos, volte a prestar atenção nos ruídos externos, inspire profundamente, movimente dedos, mãos, pés, pernas e abra os olhos.

6 Ambiente – o ideal é que a prática seja realizada em um lugar calmo, arejado e com iluminação suave. Chegar a um estágio profundo de relaxamento exige prática e repetição. Embora a prática pareça simples, o relaxamento profundo não se alcança do dia para a noite. Para ajudá-lo, uma gravação que orienta o passo a passo do ioganidra pode ser adquirida nas unidades do Uni-Yôga em Curitiba, ou então, baixada através do site www.uni-yoga.org.

A técnica parece muito simples (veja quadro ao lado), mas alcançar um estágio de verdadeiro relaxamento não é tão fácil assim. Como está cada vez mais difícil se desligar dos problemas da vida moderna, fazer aula para aprender a relaxar não parece uma ideia tão absurda. Por isso o consultor de empresas e professor de ioga do método DeRose Jóris Marengo elaborou um curso que ensina algo que deveria ser natural a nós todos, mas que, nos dias de hoje, está se tornando cada vez mais raro.

Segundo Marengo, mesmo a prática frequente da técnica ioganidra não é suficiente para levar uma vida mais descontraída e saudável. A mudança de hábitos também é fundamental para alcançar mais qualidade de vida. Em entrevista à Gazeta do Povo, Jóris, que é radicado em Florianópolis e veio a Curitiba ministrar o curso no último dia 20, fala sobre os benefícios e o poder do relaxamento nos dias de hoje.

Qual é a relação entre relaxamento e uma boa noite de sono?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 40% das mulheres e 30% dos homens em todo o mundo têm dificuldade para dormir. O trabalho que desenvolvo no curso não é pautado no sono, mas, se a pessoa tem dificuldade para relaxar, terá dificuldade para dormir. Um problema é consequência do outro e um sono de qualidade é fundamental para se levar uma vida saudável e de qualidade.

Quais são os prejuízos sofridos por quem não consegue relaxar?

Quem não consegue relaxar e consequentemente dorme mal sofre de três males: falta de atenção, que causa um número maior de acidentes; falta de concentração que se traduz em falta de eficiência e mais retrabalho; e irritabilidade, responsável por gerar conflitos. Estes três problemas acabam afetando significativamente a sua saúde, a sua evolução profissional e os seus relacionamentos sociais e familiares.

O relaxamento tem o poder de substituir o sono?

Muitos mestres iogues acreditam que sim, e as experiências desenvolvidas pelos neurocientistas têm comprovado essa teoria. Pes­quisadores observaram que uma pessoa com treinamento em relaxamento reproduz conscientemente o estágio do sono profundo – o último e o mais importante estágio do sono. E conseguem isso em apenas 15 minutos. Portanto, acredita-se que 15 minutos de relaxamento profundo pode substituir uma noite de sono. Se todos conseguissem chegar a esse estágio de relaxamento, seria maravilhoso. Afinal, perdemos 1/3 de nossas vidas dormindo e poderíamos aproveitá-la melhor. Muitos praticantes, aliás, costumam usar a técnica quando têm pouco tempo para dormir.

Que outros benefícios são promovidos pelo relaxamento?

Os principais benefícios da prática do ioganidra estão ligados à longevidade. Indivíduos que conseguem desenvolver uma prática de relaxamento constante ficam menos doentes porque liberam uma quantidade maior de hormônios ligados à capacidade imunológica. Pessoas que adotam um estilo de vida mais descontraído também têm uma expectativa de vida maior, pois envelhecem mais lentamente. Os hormônios liberados durante a realização da técnica combatem os radicais livres, responsáveis pelas rugas e a degeneração do organismo.

Além de praticar o relaxamento, que outros hábitos devemos adotar para garantir mais saúde e bem-estar?

O mais importante é reeducar o corpo – saber controlar os músculos e as articulações para tensionar ou descontraí-los sempre que necessário – e, principalmente, a mente. Já se sabe que 80% do nosso sofrimento têm origem em causas imaginárias. Mas também é fundamental mudar o estilo de vida e adotar novos hábitos, como ter boas maneiras, cultivar bons relacionamentos e praticar a meditação. Fisicamente, a prática de exercícios físicos e de alongamento também contribuem muito para o bem-estar. Exercícios físicos ativam a região esquerda-frontal do cérebro, usada para solucionar problemas. E quem consegue solucionar mais rapidamente os seus problemas, é uma pessoa mais feliz.

E a alimentação, também precisa ser modificada?

Deve-se reduzir a ingestão de café, sal, açúcar, chás e gordura, além de eliminar o álcool, o cigarro e outras drogas. Também é interessante adotar a frugalidade, ou seja, comer pouco, somente o necessário.