ENXAQUECA E YOGA

Ioga mostra a que veio
A gente vive dizendo ou ouvindo dizer que ioga é bom para tudo. Melhora a postura, diminui o estresse, equilibra a oscilação hormonal. E os adeptos da prática garantem que a vida muda completamente. Será que é isso mesmo?
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Por Gabriela Cupani
Revista Bons Fluídos - 06/2007

Para conferir o que dizem sobre a ioga ouvimos quem a procurou para tratar de um problema específico. Entrevistamos um homem com enxaqueca crônica, uma bailarina com músculos pedindo socorro e uma grávida insone. Se eles atingiram seus objetivos, você vai saber agora.

SONO TRANQUILO
A advogada paulista Daniela Fiorotto começou a sofrer de insônia logo que engravidou. "Só dormia quatro horas por noite", lembra. No início de 2007, com 20 semanas de gestação, resolveu experimentar a ioga. "O resultado foi incrível. Depois da aula, chegava mais tranqüila em casa e dormia bem", conta. Outro efeito positivo foi o alívio da dor nas costas. Quando o incômodo persiste, ainda faz posturas específicas à noite, como a postura da árvore e a do pára-brisa - deitada, com as pernas flexionadas e tombadas para o lado direito, e os braços voltados para o lado esquerdo.
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Daniela ainda aprendeu a respirar melhor e a relaxar nos momentos de tensão. "Até minha família nota a mudança", diz ela, fotografada no oitavo mês de gestação. Quando você estiver lendo esta reportagem, ela estará ninando o Leonardo.

O que diz a professora de ioga
"Fazemos um trabalho holístico de equilíbrio e relaxamento. Isso melhora o sono. A dor nas costas, especialmente na região lombar, é comum em grávidas, pois, à medida que a barriga cresce, a tendência é empurrar o bumbum para trás para compensar o peso. Só que isso força a coluna - por isso a dor. O asana (postura) chamado árvore estimula a postura corporal correta. Há exercícios específicos que alongam e relaxam a musculatura das costas, como é o caso da postura pára-brisa", explica Cristina Balzano Guimarães, do Grupo de Apoio à Maternidade Ativa, em São Paulo, e que segue a hata-ioga.

SEM DOR DE CABEÇA
Depois de quase 40 anos, o jornalista Mário Sérgio Carvalho, hoje com 47, conseguiu um alívio para as dores de cabeça. Na luta contra as crises de enxaqueca que o acompanhavam desde a infância e que foram se intensificando com a idade, a ioga foi uma aliada decisiva. Até então, pelo menos uma vez por mês ele ia parar no pronto-socorro na tentativa de amenizar a dor.

Mário já tinha passado por todo tratamento à base de remédios, quando, três anos atrás, o próprio neurologista sugeriu a ioga. "Desde então, nunca mais precisei ir ao hospital", comemora ele. "A ioga orienta a respiração e a meditação, que ajudam a reduzir a ansiedade e a irritabilidade", diz seu médico, Mário Peres, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. E isso tinha tudo a ver com as crises do jornalista, que enfrenta uma razoável carga de tensão em seu trabalho no jornal.

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No primeiro ano de prática, a ioga complementou o tratamento médico e as crises de enxaqueca diminuíram em intensidade e freqüência. Nos últimos dois anos, os remédios deixaram de ser necessários. Quando Mário tem dor de cabeça, ela é tão suave que dispensa medicamentos.

O que diz o professor de ioga
"Desde que Mário começou a fazer as aulas, dá para notar como a postura dele mudou. A prática ajuda a liberar a tensão muscular, diminui a contração do pescoço, melhorando a circulação, o que acaba tendo um impacto positivo nas dores de cabeça. Trabalhamos as posturas invertidas, como a da ponte e do arado, para facilitar a irrigação geral", conta Sandro Malburg Bosco, da Yoga Dham, em São Paulo. (Em uma crise de enxaqueca, os vasos sanguíneos inflamam e se dilatam, pressionando o que está ao redor e causando dor. Ao melhorar a irrigação, diminui-se a dilatação e reduz-se a pressão.) Os benefícios, sentidos logo no início da prática, estimularam Mário a freqüentar as aulas religiosamente duas vezes por semana. Ele também procura preservar um bom ritmo de vida: dorme oito horas por dia e mantém uma alimentação saudável.

CORPO ALINHADO
O balé sempre fez parte da vida da paulista Carolina Kimie. Desde os 3 anos, quando começou por recomendação médica para corrigir joelhos voltados para dentro, ela não parou mais. Aos 17 anos, já dançava profissionalmente, chegando a ensaiar sete dias por semana. Tanta dedicação à dança começou a render dores, lesões, contraturas musculares e um tremendo esgotamento físico.

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No ano passado, teve uma lesão na panturrilha e precisou ficar parada um mês, em recuperação. Por isso, em janeiro deste ano, procurou a ioga. "Sinto que os exercícios mudam minha energia. Deixo a aula preparada para o trabalho, quer dizer, para ensaiar", diz a dançarina, que esteve em cartaz no badalado espetáculo O Fantasma da Ópera, em São Paulo. Quanto às lesões: "Nunca mais tive nada".

O que diz o professor de ioga
"Os exercícios de ioga ensinam a usar melhor o corpo. Tudo ganha maleabilidade e tônus. Desse jeito, previne lesões. A iyengar-ioga é uma linha precisa na indicação dos asanas e prima pelo alinhamento corporal", diz Sandro Bosco, da Yoga Dham. Isso é especialmente indicado para uma dançarina como a Carolina. É eficaz. Para estimular o alinhamento, usam-se blocos e outros apoios, que facilitam a posição. "A postura do camelo é indicada para aliviar a contratura muscular."

* Reportagem fotográfica de Sabrina Gimenez
Para conferir o que dizem sobre a ioga ouvimos quem a procurou para tratar de um problema específico. Entrevistamos um homem com enxaqueca crônica, uma bailarina com músculos pedindo socorro e uma grávida insone. Se eles atingiram seus objetivos, você vai saber agora.

SONO TRANQUILO
A advogada paulista Daniela Fiorotto começou a sofrer de insônia logo que engravidou. "Só dormia quatro horas por noite", lembra. No início de 2007, com 20 semanas de gestação, resolveu experimentar a ioga. "O resultado foi incrível. Depois da aula, chegava mais tranqüila em casa e dormia bem", conta. Outro efeito positivo foi o alívio da dor nas costas. Quando o incômodo persiste, ainda faz posturas específicas à noite, como a postura da árvore e a do pára-brisa - deitada, com as pernas flexionadas e tombadas para o lado direito, e os braços voltados para o lado esquerdo.

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Daniela Fiorotto, 28 anos. Motivo para recorrer à ioga: insônia decorrente da gravidez
Daniela ainda aprendeu a respirar melhor e a relaxar nos momentos de tensão. "Até minha família nota a mudança", diz ela, fotografada no oitavo mês de gestação. Quando você estiver lendo esta reportagem, ela estará ninando o Leonardo.

O que diz a professora de ioga
"Fazemos um trabalho holístico de equilíbrio e relaxamento. Isso melhora o sono. A dor nas costas, especialmente na região lombar, é comum em grávidas, pois, à medida que a barriga cresce, a tendência é empurrar o bumbum para trás para compensar o peso. Só que isso força a coluna - por isso a dor. O asana (postura) chamado árvore estimula a postura corporal correta. Há exercícios específicos que alongam e relaxam a musculatura das costas, como é o caso da postura pára-brisa", explica Cristina Balzano Guimarães, do Grupo de Apoio à Maternidade Ativa, em São Paulo, e que segue a hata-ioga.

SEM DOR DE CABEÇA
Depois de quase 40 anos, o jornalista Mário Sérgio Carvalho, hoje com 47, conseguiu um alívio para as dores de cabeça. Na luta contra as crises de enxaqueca que o acompanhavam desde a infância e que foram se intensificando com a idade, a ioga foi uma aliada decisiva. Até então, pelo menos uma vez por mês ele ia parar no pronto-socorro na tentativa de amenizar a dor.

Mário já tinha passado por todo tratamento à base de remédios, quando, três anos atrás, o próprio neurologista sugeriu a ioga. "Desde então, nunca mais precisei ir ao hospital", comemora ele. "A ioga orienta a respiração e a meditação, que ajudam a reduzir a ansiedade e a irritabilidade", diz seu médico, Mário Peres, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. E isso tinha tudo a ver com as crises do jornalista, que enfrenta uma razoável carga de tensão em seu trabalho no jornal.


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Mário Sérgio Carvalho, 47 anos. Motivo para recorrer à ioga: enxaqueca crônica
No primeiro ano de prática, a ioga complementou o tratamento médico e as crises de enxaqueca diminuíram em intensidade e freqüência. Nos últimos dois anos, os remédios deixaram de ser necessários. Quando Mário tem dor de cabeça, ela é tão suave que dispensa medicamentos.

O que diz o professor de ioga
"Desde que Mário começou a fazer as aulas, dá para notar como a postura dele mudou. A prática ajuda a liberar a tensão muscular, diminui a contração do pescoço, melhorando a circulação, o que acaba tendo um impacto positivo nas dores de cabeça. Trabalhamos as posturas invertidas, como a da ponte e do arado, para facilitar a irrigação geral", conta Sandro Malburg Bosco, da Yoga Dham, em São Paulo. (Em uma crise de enxaqueca, os vasos sanguíneos inflamam e se dilatam, pressionando o que está ao redor e causando dor. Ao melhorar a irrigação, diminui-se a dilatação e reduz-se a pressão.) Os benefícios, sentidos logo no início da prática, estimularam Mário a freqüentar as aulas religiosamente duas vezes por semana. Ele também procura preservar um bom ritmo de vida: dorme oito horas por dia e mantém uma alimentação saudável.

CORPO ALINHADO
O balé sempre fez parte da vida da paulista Carolina Kimie. Desde os 3 anos, quando começou por recomendação médica para corrigir joelhos voltados para dentro, ela não parou mais. Aos 17 anos, já dançava profissionalmente, chegando a ensaiar sete dias por semana. Tanta dedicação à dança começou a render dores, lesões, contraturas musculares e um tremendo esgotamento físico.


Ricardo Iazzeta{txtalt}
Carolina Kimie, 25 anos. Motivo para recorrer à ioga: lesões e dores musculares
No ano passado, teve uma lesão na panturrilha e precisou ficar parada um mês, em recuperação. Por isso, em janeiro deste ano, procurou a ioga. "Sinto que os exercícios mudam minha energia. Deixo a aula preparada para o trabalho, quer dizer, para ensaiar", diz a dançarina, que esteve em cartaz no badalado espetáculo O Fantasma da Ópera, em São Paulo. Quanto às lesões: "Nunca mais tive nada".

O que diz o professor de ioga
"Os exercícios de ioga ensinam a usar melhor o corpo. Tudo ganha maleabilidade e tônus. Desse jeito, previne lesões. A iyengar-ioga é uma linha precisa na indicação dos asanas e prima pelo alinhamento corporal", diz Sandro Bosco, da Yoga Dham. Isso é especialmente indicado para uma dançarina como a Carolina. É eficaz. Para estimular o alinhamento, usam-se blocos e outros apoios, que facilitam a posição. "A postura do camelo é indicada para aliviar a contratura muscular."