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Aqui voce vai encontrar matérias bem interessantes sobre YOGA, MEDITAÇÃO, ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, ESTUDO DE VEDANTA, SISTEMA TERAPEUTICO AYURVÉDICO E QUÂNTICO, em mídia escrita, fotos e vídeo.

Espero que traga LUZ e possa ser útil para todos !!!

NAMASTÊ !!!

Paulo Roberto

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Yoga para Depressão

Dentro do trabalho do Yoga, existem alguns exercícios que são indicados para pessoas portadoras de algum tipo de depressão. Abordaremos este assunto com muita naturalidade, pois, entendemos que algumas seqüências de posturas aliviam muito os sintomas da depressão. Fazemos todas as posturas usando a respiração como condutora dos movimentos, para que a pessoa possa relaxar o físico e, aos poucos ela poderá entrar em contato com a sua mente e possivelmente com a sua emoção. São exercícios indicados para o corpo e para a mente, equilibrando-os numa sintonia de pensamentos positivos, auto-reflexão e relaxamentos. Atuam na estimulação das glândulas, gônadas e circulação sangüínea. Trabalham com automassagem nos órgãos através de posturas de torção e flexão, fazendo uma limpeza das toxinas no organismo. Apresentam-se em exercícios psicofísicos, respiratórios, contrações, alongamentos, relaxamento e concentração.

Por se tratar de exercícios executados com leveza e lentidão, temos como efeito a consciência corporal, que é de fundamental importância para a depressão, pois a pessoa, por estar em estado de profundo recolhimento e julgamento, pode não perceber o corpo pronto para ajudá-lo. O objetivo do trabalho é estabelecer contato com o corpo e com as necessidades primárias, tonificar cada região trabalhada, favorecendo o fortalecimento de toda a estrutura. Melhora a condução do sistema energético para a região desgastada, promove vitalidade para o órgão correspondente e diminui a insegurança e o medo de lidar com as camadas mais profundas do seu ser.

Com estes cuidados vamos observando que a pessoa melhora sua condição física e emocional, respeitando as particularidades tipológicas de cada um, pois, entendemos que algumas características são predominantes na pessoa e outras aparecem devido aos desequilíbrios emocionais e energéticos. O estresse, por exemplo, é uma das patologias mais comuns hoje em dia, que até tornou-se comum dizer: “Estou estressado”. Mas o que a maioria das pessoas desconhece é que, se não for tratado adequadamente, o estresse pode levar o indivíduo à depressão e, ainda mais grave, à morte.

De acordo com a característica individual de cada pessoa, o estresse pode apresentar-se de uma forma mascarada, com sintomas específicos, pois duas pessoas podem ser submetidas às mesmas situações de estresse, porém, uma poderá reagir com problemas cardíacos e outra com dores no estômago, ou ainda desenvolver a depressão, entrando o organismo num colapso geral, devido a uma série de fatores, principalmente estilo de vida. O estresse natural é acionado numa situação de emergência, onde o indivíduo precisa agir rápido e dessa forma uma série de alterações fisiológicas vão ocorrendo. Passado o perigo, o organismo volta a funcionar naturalmente. O estresse patológico vem do acúmulo de diversas situações estressantes não trabalhadas, resultando em um sofrimento do organismo que começa a acumular adrenalina no sangue, sobrecarregando os rins e deixando o indivíduo em estado permanente de alerta. Este acúmulo, somado a fatores hereditários, ambientais e alimentação, podem levar a várias doenças. Nesse ponto a pessoa procura ajuda médica, pois já está com o sono alterado, sofrendo de insônia ou sentindo sono em excesso. O mau funcionamento dos rins é nítido, surgem olheiras, palidez, inchaços, o sistema imunológico fica deficiente, a pessoa começa a ter gripes freqüentes e viroses oportunistas.

Com a queda da imunidade, o caos começa a governar, surgindo as doenças psicossomáticas. Nesta fase, o médico já consegue ter algum diagnóstico. Num estágio mais avançado este desequilíbrio pode levar a doenças mais graves. Num quadro mais específico de depressão o relacionamento interpessoal pode começar a dar sinais de decadência e a pessoa ainda não diagnosticada ou não tratada, tende a buscar outros hábitos para suportar todos os transtornos. As dificuldades se tornam mais fortalecidas e a saúde da pessoa enfraquecida dando mais espaço às complicações e patologias. É um processo de tentativas e desistências, onde, infelizmente, muitas vezes a desistência vence.

No ponto de vista do Yoga, o estresse inicia atingindo primeiro o sistema nervoso, descontrolando o sistema energético que caminha por todo o organismo, causando as chamadas dores fantasmas. Com isto, o fígado é sobrecarregado, causando as irritações, pele manchada, espinhas, mau hálito, etc.. Com o tempo os rins vão enfraquecendo e a retenção das toxinas no organismo ocasiona o desequilíbrio e também começa a caminhar pelo corpo, causando as retenções.

As pessoas sofrem primeiramente dos desequilíbrios do estresse, que seguidos de outros fatores podem desencadear uma depressão. Alguns sinais surgem e a pessoa que não está habituada a fazer uma auto-análise, pertinente aos praticantes do Yoga, não se dá conta de que estão reagindo diferente, como por exemplo: reagindo com muita ansiedade, nervos à flor da pele, muito medo do futuro, perda de apetite e muitas dores musculares; ou com raiva e explosões, dores no estômago e um calor quase insuportável; ou ainda engordando e com vontade de desistir de tudo.

Então, o que pode ser feito?

Existe um Deus hindu da medicina chamado Dhanwantari. Ele é a representação de um alquimista e carrega consigo um recipiente chamado Amhita que é o elixir da vida. Segundo a tradição, Danwantari emergiu do Oceano depois que os Deuses e demônios se uniram para obter Amhita. De início os demônios obtiveram o Elixir, mas Vishnu conseguiu resgatar Amhita e devolveu para os Deuses e por intermédio de Dhanwantari, deu à humanidade o conhecimento para viver uma vida tranqüila e harmoniosa.” ( Dhanwantari – Ed. Pensamento).

O resgate desta vida tranqüila e harmoniosa é o objetivo do Yoga que recomenda seguirmos um roteiro diário que equilibrará todo o sistema energético do corpo, evitando a depressão, que é uma doença antiga mas se apresenta com novas e diversas roupagens. Uma em cada dez pessoas apresenta um quadro de depressão. Nem todos esses deprimidos se tratam e, na verdade, a maioria deles nem sabe que tem depressão, pois muitas vezes essas depressões passam despercebidas e sob forma de somatizações.

Em algumas leituras sobre a depressão, percebemos que, na realidade, ela é muito antiga. Hipócrates (430 aC) já havia caracterizado e descrito os estados de depressão, aos quais denominou estados de melancolia (melan = negro, coli = bile). Celso, enciclopedista romano, escreveu intensamente sobre o tratamento da mania e da melancolia. Areteu, da Capadócia (150 dC), fez considerações importantes sobre a melancolia e, séculos depois, muito autores vêm se dedicando exaustivamente ao estudo desse estado.

Hoje, aproximadamente 5% da população mundial apresenta algum tipo de distúrbio depressivo. Houve uma explosão dos distúrbios depressivos no mundo atual. Por um lado, houve também uma evolução do conhecimento em neuroquímica. A velocidade espantosa que se atinge com a tecnologia é espantosa e nosso cérebro tenta acompanhar todo o sistema externo, porém sofre uma sobrecarga dos sistemas internos e com isto surgem os conflitos existenciais, pois, na visão do Yoga, toda ação gera uma reação.

A tecnologia é maravilhosa, necessária e útil para o nosso momento. Vivemos num mundo cada vez mais competitivo, informativo e prático, porém esta praticidade não permite que o nosso cérebro descanse, criamos senhas e mais senhas, comandos e mais comandos para que tudo funcione perfeitamente. Assim, observamos novamente que o homem está num processo incansável em busca da perfeição, vivendo num mundo em sintonia com a violência e crise de valores, marcado pelo descrédito e pela falta de expectativa e esperança.

Através da filosofia do Yoga entendemos que o homem desenvolve a consciência de acordo com a sua natureza, e se ela hoje é violenta, é porque deixamos muito o nosso lado violento fluir, sem freios nem controle sobre nossos impulsos. A ética tornou-se escassa e a disciplina, rigidez. No Yoga contamos com um material vastíssimo sobre a ética, auto-esforço, disciplina e controle sobre nossos impulsos. Trata-se de uma filosofia de vida, visando a qualidade do ser humano integral, embasada num material científico que aborda como o equilíbrio e o centramento da pessoa podem permanecer ao longo de sua vida, evitando que ela adoeça. Atribui aos seus exercícios psico-físicos, meditativos e respiratórios, limpeza e purificação como fontes de fortalecimento e saúde plena. Indica a prática diária desses exercícios, pois eles vão atuar diretamente nas glândulas e órgãos, promovendo uma automassagem.

Hoje, felizmente, contamos com profissionais de diversas áreas da saúde que indicam o Yoga como uma prática preventiva do estresse e suas complicações. O Yogaterapia indica exercícios específicos para cada tipo de patologia, tendo como efeitos principais a recuperação da tonicidade vital, da energia psíquica e orgânica, pois a queda desta energia pode levar o indivíduo à depressão e à desistência da saúde. Claro que esta visão holística não deve caminhar sozinha; é necessária a presença do profissional da área de saúde para acompanhar todo este processo e aplicar recursos necessários para cada paciente.

Segundo o Dr. Ribeiro de Deus, “Se na depressão ocorre uma queda de energia, devemos buscar outras formas de reposição energética e não somente fazê-lo através do uso de psicofármacos. Devemos nos lembrar que além do plano biológico estamos inseridos em outros planos ou dimensões e temos que dar a mesma atenção pelo menos aos aspectos psicológicos, aos planos sociais e dimensões espirituais”.

Sabemos que todas as doenças, surgem do plano menos denso para o mais denso. E se nós estivermos atentos a estas energias, evitaremos a descarga no corpo psíquico. Aprendemos, dentro do Yoga, a refletir sobre os nossos conflitos de uma maneira suave e sem julgamentos, através do autoconhecimento. A filosofia do Yoga nos fortalece, nos coloca numa disciplina sem rigidez, nos mostra meios de alcançar o equilíbrio das situações conflitantes e nos coloca responsáveis pelas nossas ações, assumindo-as por completo. Pensamos que esta conduta interna, mais os exercícios que promovem leveza e relaxamento, podem nos auxiliar na busca do equilíbrio energético e melhor qualidade de vida.

A qualidade de vida é hoje um assunto de emergência, pois, o número de pessoas doentes está aumentando, a sociedade está adoecendo, e todos acabam por sofrer algum distúrbio com isto.

Por causa da depressão, muitas pessoas faltam ao trabalho, perdem o emprego, ficam incapacitadas para desempenhar tarefas cotidianas e manter relações afetivas e sociais saudáveis. São obrigadas a aposentar-se precocemente e, ainda, há um grande risco de suicídio”, lembra Dr. Del Porto.

Então, pensando sobre isto tomamos a responsabilidade de divulgar o Yoga para a comunidade, nos meios da saúde, da educação, nos meios acadêmicos... Com isso podemos mostrar mais uma possibilidade de fortalecer a saúde da sociedade. Não se trata de uma disciplina esotérica, pois possui um material que pode colocar-se à disposição da medicina natural e alopática, sem ferir ambos conceitos.

Temos um estudo da OMS (Organização Mundial de Saúde) prevendo, para o ano de 2002, que as depressões se tornarão a segunda causa de impacto social entre todas as patologias. Só estarão perdendo para as doenças coronarianas, que devem continuar na liderança. Claro que é uma previsão assustadora e que todos devem buscar maneiras e princípios éticos diferenciados para que possamos combater tal situação.

Quantos adoecem e as terapias passam a ser aliadas ao tratamento? Mas quando a base orgânica da depressão é mais acentuada, a terapia pode ser bem-vinda, mas não suficiente. Os fármacos, então, são indispensáveis para estes casos. A contribuição da indústria farmacêutica contra a depressão, apoiando profissionais da área com medicamentos cada vez mais potentes e com menos efeitos colaterais, vem permitindo, juntamente com acompanhamentos psicoterápicos, resultados mais otimistas para um processo de cura.

O Yogaterapia, neste caso, entraria com exercícios que estimulam novas atitudes diante dos sintomas que, por si só, podem mudar o estado emocional, desencadear hábitos de pensamentos e comportamentos saudáveis. Essa terapia, hoje, tem grande aceitação na área da psiquiatria, pois consiste em trabalhar o conhecimento de si mesmo, procurando desfazer alguns vícios e crenças negativas, fazendo com que a pessoa observe seus hábitos desde os mais simples como os mais complexos, como por exemplo: a alimentação, o sono, a maneira de pensar e agir, os hábitos de higiene, de trabalho e de relacionamento.

Quando nos observamos, temos a clara impressão sobre nós mesmos, os nossos medos e exageros, abrimos canais sutis de percepção e com isto estes cuidados vão mexer diretamente com a auto-estima. Estas observações são feitas através de exercícios de meditação e relaxamentos onde a pessoa entra em contato com o afrouxamento dos músculos, ou seja um estado oposto à tensão, uma ausência de contrações e esforço, ficando num estado de profunda soltura. Os nervos e os músculos ficam inativos, não transmitem mais impulsos, possibilitando, assim, repouso aos centros nervosos. Nessa condição, os reflexos se acalmam e a observação fica mais nítida, afastando dela os aborrecimentos.

Descanse. Relaxe, esta é uma receita infalível ao combate dessa “coisa” chamado estresse que tanto quer fazer parte de nossas vidas. Relaxar é remédio eficaz, mas sem treinamento não é possível relaxar, pois é comum que a pessoa sozinha nessa disciplina, desanime perante as dificuldades iniciais que vai encontrar. A prática conjugada de técnicas do relaxamento deve ser acompanhada por um profissional da área do Yoga, para que se consiga praticar toda a série até chegar a sentir-se segura e sem qualquer obstáculo para o repouso.

Segundo o professor Hermógenes, mestre de Yoga há mais de quarenta anos, no seu livro de Yogaterapia diz que: “relaxar é afrouxar-se. É desligar-se. É abandonar-se. É derramar-se passivamente. Ausentar-se por uns instantes da ansiedade e da luta. Relaxar é economizar esforço. É despojar-se da normal e eficiente estressora auto afirmação. Relaxar-se é gozar repouso. É amolecer-se. É um entregar-se todo, sem restrições, sem preocupação com um sistema de segurança. É desfrutar os inefáveis prazeres do fazer absolutamente nada.”

Para uma pessoa deprimida, relaxar é difícil, pois está vivendo exausto, em guarda, a defender-se. Porém, se continuar insistindo na prática dos exercícios, conseguirá aprimorar-se na arte de relaxar. Estará vencendo o medo, acalmando a ansiedade, ganhando coragem e estímulos, e naturalmente a qualidade de sua vida ficará bem melhor.

Novamente aqui cito mais um trecho do livro do Professor Hermógenes que diz: “Entrega-se todo facilmente, graças a crença que tem na onipresença, onisciência do Ser Supremo ..... coragem para levantar-se e avançar....”

O Yoga poderá afirmar a doença psicofísica sob várias frentes. O Professor Hermógenes, por exemplo, após anos de estudos e experiências explica a doença sob o aspecto divino, mental energético e fisiológico. O fisiológico é um material mais comum de encontrar. O professor relata sobre o processo de desgaste do organismo, explicando a relação do sistema nervoso com o sistema endócrino, como segue: “Aqui, posso dizer resumidamente que os centros da base do cérebro, principalmente o hipotálamo, têm a seu cargo a regulação das funções vegetativas, isto é, aquelas como a digestão, tensão sangüínea, ritmo cardíaco, assimilação e muitas outras, que nos fogem ao controle voluntário. Tais centros, por muitas causas e razões, inclusive a fadiga, a toxidez, traumas psíquicos e mesmo físicos, se perturbam em seus deveres e passam a emitir comandos neurais bem disparatados e impróprios, mercê de verdadeiros curtos-circuitos ou ligações anômalas, provocando, assim mil e um transtornos funcionais, não obstante os órgãos estejam normais. Estas lições errôneas podem ser corrigidas... O relax pode apagar tais sulcos, desfazer tais ligações, corrigir os defeitos instalados nesses centros. A dose diária de minutos de inatividade por relax, pouco a pouco”, reduzirá não só os efeitos, mas suas próprias causas. De maneira semelhante, o relax atua sobre a glândula hipófise, a maestrina de todo o sistema endócrino, e, assim, consegue fazer as demais glândulas retornarem o ritmo de saúde. Consequentemente, corrigem-se todos os padecimentos causados pelos excessos ou carências de hormônios no corpo”.

Não é apenas sobre os centros de comando neuro hormonal que o relax atua, corrigindo-os. Agem também com abençoado alívio, nos músculos, glândulas, vísceras e órgãos sobre os quais exercem comando.

Quando em relax, um órgão se comporta como um soldado dormindo e, assim, não cumpre a ordem estapafúrdia de um superior hierárquico meio perturbado. Em outras palavras, os comandos anormais e perturbadores. Ficam quase inertes e amolecidos . E assim, os sintomas não conseguem se manifestar.

Os estudos da fisiologia têm razão para acreditar na relaxoterapia. Vêem o relax corrigir, por quase inação, os centros de comando. Vêem o relax sustar a execução das ordens insanas partidas dos centros fatigados. Vêem o relax agir corretivamente, ao mesmo tempo, sobre toda a escala hierárquica da fisiologia: sobre os que regulam e sobre os regulados. Vêem o relax restaurar a homeostase perdida...”

Diante disto, já sabemos o quanto é importante relaxar. O Yoga apresenta técnicas de relaxamentos comprovadamente eficazes. Sua eficácia demonstra a solidez e o retorno da saúde como um todo. Além do relaxamento o Yoga propõe ao praticante a auto-análise, tão eficiente, que consiste em tornar conhecidos os hábitos, os vícios e passar para o consciente. Tais conteúdos podem nos levar a perceber nossos comportamentos de como reagimos, sofremos ou gozamos, como lidamos os nossos pensamentos e crenças.

Através de exercícios de auto-análise e purificação, poderá ser feita uma faxina no inconsciente. Este processo de limpeza, pode desmascarar a depressão, promover um alívio de carga colocando os incômodos para fora. Poderá ocorrer uma catarse. Com essa explosão, os sintomas vão perdendo a força, a mente torna-se mais branda e, em consequência, rearmonizam-se, reeducam-se e se corrigem os hábitos de pensamentos, normalizam-se os mecanismos auto-reguladores do organismo, evitando a somatização. É surpreendente que, nos estudos dos textos originais do Yoga já encontramos uma preocupação com a somatização. Encontramos assuntos sobre os aspectos psicológicos, fisiológicos, riqueza e sutileza tão profundas que nos causa a impressão de estarmos tratando de atualidades, claro que com uma linguagem muitas vezes interpretativa e simbólica. Por tratar-se de uma arte milenar, o acesso ao material fica difícil e, por isso, pouco conhecido na medicina e psicologia ocidental.

Escreve o professor Hermógenes: “Segundo a psicanalista Marise Choisy, o próprio Freud fundou a psicanálise em princípios yóguicos, que lhe teriam chegado através de Schopenhauer, o filósofo ocidental que mais se inspirou nos clássicos do hinduísmo. Não é diferente a opinião de Carl C. Jung, fundador de um dos ramos da psicanálise que diz: A própria psicanálise, bem como as diretrizes de pensamento às quais deu origem e que são, na verdade, um desenvolvimento ocidental, são uma tentativa de principiantes, comparadas com que, no Oriente, constitui uma arte imortal”.

O Yoga vai abordar práticas que levam à experiências transcendentais, o qual chamamos de samadhi, um processo de iluminação, que tentando traduzir dizemos que é o encontro do self, o encontro do homem com ele mesmo, deixando-o divinizado e em contato com a sua natureza real . O Yoga age na libertação da psique individual. Ele considera o homem integral, com potencialidades de auto curar-se, capaz de aperfeiçoar seu ser através do auto-conhecimento. Tem como objetivo, observar a saúde da pessoa numa mente enferma, percebendo-a como um inconsciente cheio de experiências dolorosas, repressões, de difícil acesso, porém entendendo que nela mora a luz, as energias boas, potencialidades e qualidades infinitas. E que todas as informações contidas no inconsciente comandam o que somos, como agimos, falamos e pensamos. Se plantarmos margaridas no nosso inconsciente só poderá florescer margaridas e se forem espinhos, ervas daninhas, nada mais justo de que da semente o seu destino: nascerão espinhos e ervas daninhas. Este assunto é bem complexo, está inserido dentro do Karma Yoga, ou seja a lei da ação e reação, da semente à colheita.

A explicação é que, se pensarmos negativamente sobre nós, estaremos plantando negatividade, desamor, julgamento e, como conseqüência, poderemos nos deprimir. Somos aquilo que pensamos ser, se acreditarmos que somos incapazes de enfrentamentos futuros, estaremos prontos para o fracasso e para a inabilidade.

Quando esclarecidos, poderemos selecionar melhor as impressões que temos de nós, recobrando a nossa saúde. Assim, a prática de escolher os pensamentos, evitar os julgamentos, contrariar os sentidos negativos vai ajudar na higiene mental, dissolvendo alguns bloqueios, teremos como conseqüência, o aprimoramento mental, a cura. A mente impura, então, cessa de manifestar-se, emudece, quieta-se, ocorrendo neste momento a comunhão com a saúde psíquica, e a iluminação da mente. Unificar e harmonizar a mente que está em conflito seria o ideal, e é o propósito do Yoga.

Se a mente está doente é porque vive como uma casa dividida contra si mesma. Dentro de você se encontra tudo aquilo contra o que você protesta e do qual deseja se libertar”... “O Yoga explica que para se obter uma consciência elevada do corpo psicofísico, é necessário que o praticante observe e entre em contato com o corpo energético, pois toda matéria é constituída literalmente por campos de energia particularizados. A matéria, tal como a luz, vibra numa determinada freqüência. Quanto maior for a freqüência de vibração da matéria, menos densa ou mais sutil ela será. O corpo etéreo é constituído de matéria que vibra numa freqüência mais elevada que a do corpo físico e que é chamada de matéria sutil. Dentro dessa visão, podemos movimentar esta força vital, através dos exercícios meditativos, respiratórios e físicos. Esse movimento para dentro dos sistemas fisiológico/celular é controlado não apenas pelos padrões de interferências sutis existentes no interior do corpo etéreo, como também pela entrada de energia de freqüências mais elevadas no sistema energético humano. Chamamos de chacras estes centros energéticos captadores e receptores de energias vibracionais, podendo, caso desbloqueados através dos movimentos conscientes, influenciarem e contribuírem para o melhor funcionamento do organismo e possivelmente cura das doenças”, diz o professor.

Por isso, mencionamos a importância de manter a mente com pensamentos mais leves, puros e positivos, pois sabemos que os pensamentos são fonte de energia. Num nível ainda mais sutil, eles criam padrões de energia em nossos campos de aura, as pessoas que entram em contato com esses campos energéticos podem ser afetadas de forma sutil, seja pelo ambiente interno ou externo, ainda que inconsciente. Assim, os nossos pensamentos negativos e perturbações emocionais podem causar problemas de saúde e desequilíbrios energéticos não apenas em nós mesmo, mas também em todo o ambiente externo. Essa forma de pensamento e insatisfação freqüentemente se manifesta e contamina toda a natureza viva. Essa orientação pode nos proporcionar meios de amenizar o conflito, alterando seus padrões de comportamento, melhorando a nossa qualidade de vida.

É importante compreender que durante nossas atividades diárias estamos permanentemente em contato com vibrações mais baixas. Devemos detectá-las imediatamente colocando-se em harmonia com a natureza, e abertos para afastar atitudes que possam produzir efeitos negativos crônicos sobre a nossa saúde.

Os sentimentos, as sensações, os comportamentos e os pensamentos que compõem nossas vidas, vão formando uma rede energética que cobre todo nosso corpo, que se agrupam e, através dessa somatização, podemos expressar nossos desejos e pensamentos. Todas as nossas dificuldades no campo emocional estão sendo influenciadas pelos centros energéticos bloqueados, os quais impendem nosso movimento de expressão. Como as raízes dos centros energéticos estão ligadas às energias naturais, tais como a terra, o sol, a lua e toda a criação divina, bem como à sexualidade, ao amor, à vontade, à expressão criativa, à visão interior e à busca espiritual, todas estas estâncias refletirão, naturalmente, numa ordem de sensações e sentimentos.

As correntes pulsáteis se amortecem, se imobilizam, são super estimuladas e concentradas, havendo um congestionamento de sensações e sentimentos, voltados para dentro e formando verdadeiros bloqueios energéticos, os quais, se não forem dissolvidos poderão fazer surgir as patologias. O medo e a inquietação levam a pessoa ao sofrimento e, com a queda de sua tonicidade, fará com que a consciência capte vibrações inferiores e projete no mundo externo os seus temores.

Quando estamos operando nos níveis inferiores de nossa consciência, jogamos nossos problemas no meio externo mas, na verdade, nossos problemas estão dentro de nós mesmos. Para curar esses temores, a pessoa precisa eliminar os bloqueios dos centros energéticos, em especial o do coração, dando mais espaço em sua vida para o amor e o perdão. Quando abrimos o chakra do coração, através de meditações e exercícios específicos, as energias espirituais passam a fluir com mais facilidade, fazendo a pessoa livrar-se do mal que lhe afeta. Nossos componentes energéticos sutis e o sistema de meridianos transformam nossos problemas emocionais e espirituais em debilidades fisiológicas, as quais, eventualmente, podem produzir um dano localizado em algum sistema do corpo físico, isto é, podem produzir doenças. A Yogaterapia é uma abordagem preventiva em primeira estância, porém, não obstante, auxilia muito a atividade curativa, pois todo o sistema precisa ser reequilibrado para se alcançar um estado permanente de boa saúde.

A filosofia do Yoga atuará com mais precisão na quebra de paradigmas, os quais muitas vezes ocupam espaço dentro de nós, impedindo-nos de refletir sobre nossos padrões evolutivos de crescimento da alma. A consciência espiritual está constantemente exigindo da consciência humana o aperfeiçoamento, o desenvolvimento e a evolução do psiquismo. Na medida que a percepção espiritual vem para a nossa consciência humana, a mudança torna-se mais notável. De maneira geral, a maioria das pessoas procura psicólogos e psiquiatras para tratar suas doenças psíquicas e emocionais, porém, nem sempre refletem sobre a necessidade de elas próprias modificarem o seu modo de viver e seus pontos de vista. Normalmente elas querem algo mágico para se livrarem dos conflitos. A interação médico–paciente só contribui para a cura, na medida em que houver uma maior cooperação e consciência mútuas, assumindo ambos a responsabilidade da sua doença e o desejo da cura.

Alguns exercícios para aliviar a depressão

Execução: A

Como qualquer exercício de respiração, deve ser precedido por um completo esvaziamento dos pulmões. Sentado em posição confortável, inicie inspirando com a narina esquerda, procurando mentalmente atrair pensamentos positivos. Retenha a respiração, bloqueando ambas as narinas, comece a expirar pela narina direita agora com a esquerda bloqueada. Inspire pela direita e vá repetindo novo ciclo. Este exercício é vitalizante, refrescante e calmante.

Execução B

Sentado em posição confortável, inicie a inspiração ampla, mentalmente contando até 6, bloqueie as narinas com os pulmões cheios conte até 3 e solte vagarosamente contando até 6 novamente.

Este exercício é estimulante do sistema endócrino, especialmente da tireóide, aumenta a temperatura do corpo. Preventivo contra problemas digestivos, estados depressivos, resfriamentos e outras doenças do aparelho respiratório.

Execução C

Sentado em posição confortável, inicie inspirando e imediatamente expire. A seqüência de movimentos bruscos de inspirar e expirar produzindo um som como o fole do ferreiro. Com isto a musculatura respiratória movimenta-se vigorosamente. Faça algumas vezes, depois relaxe com a respiração livre e repita novamente.

Este exercício purifica, desintoxicando todo o organismo. Tonifica o sistema nervoso. Estimula o aparelho circulatório. Melhora o apetite. Reduz a irritação e a inflamação das vias respiratórias.

Execução D

Postura: Deitado de costas em posição confortável. Encolha as pernas, mantendo os joelhos altos e juntos e os pés afastados no chão. Deixe as mãos sobre o ventre. Olhos fechados, relaxe todo o corpo primeiro depois inspire e a cada expiração liberte-se das tensões. A mente vai acompanhando o sobe e desce do abdômen e a tendência é se acalmar, fazendo uma massagem natural dos órgãos.

Este exercício promove um relaxamento profundo.

Execução E

Deitado de costas em posição confortável, respire livremente por ambas as narinas, e a cada expiração relaxe expulsando da mente qualquer pensamento negativo, destrutivo e substitua-o por relaxamento, leveza, alegria e bem estar.

Existem alguns exercícios específicos para este recarregamento dos plexos, que poderão ser encontrados nos livros específicos de Yoga.

Execução F

Faça agora uma massagem vigorosa para ativar os meridianos.

Comece no couro cabeludo, como se estivesse coçando a cabeça;

Passe um óleo ou creme nas mãos e esfregue nas têmporas, orelhas e rosto;

Massageie o pescoço;

Massageie vigorosamente os braços, usando movimentos circulares nos ombros e cotovelos, com movimentos para cima e para baixo;

Sempre com movimentos circulares para cima e para baixo massageie o externo, abdômen, pernas e pés.

Algumas dicas sobre a alimentação

No Yoga, não é necessário seguir uma dieta especial, mas é importante a reflexão sobre a alimentação, pois esta representa uma fonte de energia, assim como a respiração, pois entendemos que a alimentação está diretamente ligada à saúde, e deve ser sadia, moderada e equilibrada, evitando os excessos e dando preferência aos alimentos naturais e integrais.

Algumas práticas são saudáveis, tais como: não comer por hábito; há momentos que o apetite está ausente. Não comer com as emoções transtornadas; a perturbação emocional prejudica a digestão. Quando comer, perceber o sabor dos alimentos; cada sabor exerce um efeito no organismo. Mastigar bem, repetidas vezes, é importante para fazer com que os alimentos formem um bolo macio e de fácil digestão.

Namastê

Rosângela Maria Bassoli

Psicóloga/Diretora Técnica

Instituto de Yogaterapia RM S/C Ltda.

Rua Américo de Moura, 91 – Taquaral

Campinas – SP

Tel. (19 ) - 32547033

para referir

Bassoli RM - Yoga para Depressão, in:PsiqWeb, Psiquiatria Geral, Intrnet, 2002, disponível em:

Bibliografia

  1. Bassoli, Rosângela Maria, Yoga / Um Caminho para a Luz Interior, Campinas, SP, Editora Alínea, 1999

  2. Gerber, Richard, M.D, Medicina Vibracional , São Paulo, SP, Editora Cultrix 1997

  3. Hermógenes, José de Andrade, Yoga para Nervosos, São Paulo, SP, Círculo do Livro,1990

  4. Jung, Carl Gustav - Man and his symbols , ed. Picador ,1964

  5. Jung, Carl Gustav – Memories, Dreams, Reflections, Ed. Fontana Press, 1995

  6. Keleman, Stanley, Anatomia Emocional, São Paulo, SP, Summus Editorial, 1992

  7. Lowen, Alexander, O Corpo em Terapia, São Paulo, SP, 7ª Edição, Editora Summus, 1977

  8. Material e Apostilas de Estudos de Colaboradores, Pesquisadores e Alunos do Instituto de Yogaterapia.

  9. Revista Médico repórter, Dr. José Alberto Del Porto, Setembro 1999

  10. Revista Yoga Journal, November / December 1999, São Paulo, SP, 1995

  11. Souzenelle, Annick de, O Simbolismo do Corpo Humano, Ed. Pensamento


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